Do alto da geleira Taylor, na Antártida, brota um misterioso líquido avermelhado e viscoso que escorre lentamente. O caso intrigou a bióloga Jill Mikucki, da Universidade Dartmouth, que decidiu recolher e estudar amostras do líquido. “Detectamos 17 espécies de bactérias, mas é provável que haja mais”, diz. Segundo ela, essas espécies de bactérias são tão desconhecidas que nem têm nome científico – e só existem nesse lugar, que foi apelidado de Blood Falls (“Queda de Sangue”, em inglês). O tal sangue é água salgada misturada com óxido de ferro, e é produzido pelas bactérias. Elas vivem embaixo da geleira e se alimentam do ferro contido no solo e, como produto de sua digestão, secretam esse líquido que parece sangue (ele tem a cor vermelha porque, como os glóbulos vermelhos do sangue, contém ferro). Além de comer pedra, as bactérias de Blood Falls têm outra característica intrigante: são incrivelmente resistentes. Vivem sem nenhuma luz, a 7 graus negativos, e suportam uma pressão atmosférica 40 vezes maior que a normal (causada pelo peso da geleira). “Eu compararia esse lago com as calotas polares de Marte”, afirma Mikucki.
MARTON, F. A geleira que sangra In: Super Interessante, ed. 280, julho de 2010 (com adaptações)
Com base no texto acima, é possível concluir que
Bactérias que vivem nas condições descritas não podem ser classificadas como seres vivos.
As bactérias de Blood Falls não apresentam organização celular, assemelhando-se aos vírus.
A resistência dessas bactérias está diretamente associada ao fato de elas se alimentarem de pedra.
Bactérias capazes de sobreviver em condições tão desfavoráveis à vida podem ser classificadas como arqueobactérias.
A produção de óxido de ferro por essas bactérias permite classificá-las como organismos eucariontes.