“Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam um interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens. Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os piores legumes, aqueles que, por maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular; de reduzir tudo a moeda. E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da pedreira para a venda, da venda às hortas e ao capinzal, sempre em mangas de camisa, de tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas.”
Este trecho revela o estilo de:
Gregório de Matos, com seu arcadismo, em que predominam o requinte formal e os raciocínios complexos.
Casimiro de Abreu, com seu romantismo, em que predominam o individualismo e o egocentrismo.
Aluísio de Azevedo, com seu naturalismo, em que predominam o instinto, o fisiológico e o natural, compondo a personalidade humana.
Machado de Assis, com seu romantismo, em que se destaca o romance fantástico.
Carlos Drummond de Andrade, com seu modernismo, em que predominam a desconstrução literária e o introspectivismo.