“Desde quando seus antepassados foram trazidos da África, o menino negro sabe quem manda e quem obedece. O tronco e a chibata no lombo de seus antepassados surraram também sua memória e lhe ensinaram as lições que sobrevivem 125 anos depois da liberdade sem conteúdo da Lei Áurea. Esse menino descende de homens livres há mais de um século. Mas a chibata ficou lá dentro da alma, ferindo, dobrando, humilhando, criando desconfiança, ensinando artimanhas de quilombo para sobreviver.”
(José de Souza Martins. Estadão).
Segundo o texto do sociólogo José de Souza Martins, o processo social após a abolição da escravatura no Brasil
libertou os escravos e promoveu um processo rápido de inclusão social, resgatando a dignidade dos afrodescendentes.
garantiu a recuperação econômica dos afrodescendentes, assegurando a horizontalidade das relações sociais.
levou a população de afrodescendentes do Brasil atual a perder a memória social de seus antepassados.
foi incapaz de apagar da memória dos negros a humilhação e a desconfiança provenientes do preconceito racial.
eliminou as desigualdades sociais, explicitas nas relações entre brancos e negros, desde o período escravocrata.