“Demóstenes, em um de seus discursos, apresenta-nos sete testemunhas a afirmar pertencerem todas ao mesmo ghénos, o dos britidas. O que esse exemplo tem de notável é as sete pessoas citadas como membros do mesmo ghénos estarem inscritas em seis dêmos diferentes, mostrando que o ghénos não correspondia exatamente ao dêmo, e não era, como este, simples divisão administrativa. [...] Poderíamos citar exemplos relativos a muitas outras cidades da Grécia e da Itália e concluir, com grandes possibilidades de acerto, que a gens era uma instituição universal entre os antigos povos”. (COULANGES, Fustel de. A cidade antiga. 2 ed. São Paulo: Martin Claret, 2007, p. 110)
Sobre a antiguidade clássica, é possível inferir que as comunidades gentílicas referidas no fragmento como ghénos:
representavam as unidades administrativas das Cidades- Estado, contribuindo para as decisões políticas coletivas.
se baseavam na propriedade privada que diferenciava categorias sociais nas sociedades grega e romana.
foram consideradas as primeiras organizações sociais da Grécia e Roma, baseadas em laços de parentescos e terras coletivas.
se identificavam aos dêmos por constituírem a estrutura da democracia grega nas Cidades-Estado.
correspondiam a vilarejos que apenas existiram nas origens da sociedade greco-romana, sendo a propriedade privada uma de suas características econômicas.