De fato, os problemas sociais pareciam mais contornáveis em virtude da grande expansão econômica da década de 1850, da adoção de política e instituições adequadas ao desenvolvimento capitalista irrestrito e da abertura de válvulas de escape – pleno emprego e imigração – suficientemente amplas para reduzir as pressões do descontentamento da massa. Mas os problemas políticos permaneceram e estava claro que não podiam ser evitados por muito mais tempo. Estes problemas eram, para cada governo, essencialmente questões de política doméstica, mas devido à natureza peculiar dos sistemas de estado europeus, questões domésticas e internacionais apresentavam-se como inextricavelmente interligadas. Liberalismo e democracia radical, ou pelo menos o desejo por direitos e representação, não podiam ser separados, na Alemanha ou Itália, no Império dos Habsburgos ou mesmo no Império Otomano e nas fronteiras do Império Russo, das ambições por autonomia nacional, independência ou unificação. E isto poderia produzir conflitos internacionais.
(Eric Hobsbawm. A Era do Capital, 1997. www.educadores.diaadia.pr.gov.br. Adaptado.)
No excerto, o historiador estabelece relações entre
as pressões populares por reformas e a autonomia das colônias, que provocaram conflitos internacionais.
o anseio por participação na democracia e a corrida armamentista, que geraram alianças políticas antagônicas.
a crise financeira nos impérios e a imigração para a Europa, que causaram desemprego e insatisfação social.
a prosperidade econômica e o surgimento do socialismo, que levaram a burguesia a organizar revoluções.
os problemas políticos internos e a questão dos nacionalismos, que alteraram o equilíbrio europeu.