De acordo com o sociólogo Ricardo Antunes (2020), sobre a “atual morfologia do trabalho”, podemos afirmar que:
Falarmos em “nova morfologia” do trabalho é uma armadilha teórica, visto que o trabalho possui uma definição ontológica, portanto não pode ser modificada.
A atual morfologia do trabalho consiste na aplicação do modelo toyotista de produção, em que as empresas se utilizam do just in time, tanto em seu espaço de trabalho, quanto em sua rede de fornecedores. Podemos citar o exemplo da Walmart, que há muito tempo abandonou os elementos ultrapassados característicos do Taylorismo.
Uma longa transformação no mundo no trabalho nos trouxe até à atual morfologia do trabalho em que você tem um desenho muito bem definido: por um lado, uma classe trabalhadora braçal precarizada especialmente nos países pobres e, por outro lado, uma classe trabalhadora jovem, intelectualizada, fazendo uso das TIC’s, bem-remunerada e altamente qualificada, especialmente nos países centrais.
A era digital nos apresenta uma nova estrutura laboral até então desconhecida, mas há muito tempo prevista e anunciada: o fim do trabalho e o protagonismo da inteligência artificial.
Ao contrário da eliminação do trabalho pelo maquinário, estamos presenciando o advento e expansão exponencial do novo proletariado de serviços, uma variante global do que podemos chamar de escravidão digital.