Das minas e seus moradores bastava dizer que é habitada de gente intratável. A terra parece que evapora tumultos; a água exala motins; o ouro toca desaforos; destilam liberdades os ares; vomitam insolências as nuvens; influem desordens os astros; o clima é tumba da paz e berço da rebelião; a natureza anda inquieta consigo, e amotinada lá por dentro é como no inferno.
(Lilia Schwarcz e Heloisa Starling. Brasil uma Biografia)
O texto é parte do discurso histórico e político sobre a sublevação que nas minas houve no ano de 1720 e que o governador Pedro Miguel de Almeida e Portugal, o conde de Assumar, fez chegar às mãos das autoridades régias em Lisboa.
A respeito da sedição de Vila Rica, em 1720, é correto assinalar:
os sediciosos planejavam forçar a coroa a suspender o estabelecimento das casas de fundição, onde se registrava o ouro em barras e se deduzia o quinto por arroba, o imposto devido ao rei;
os sediciosos planejavam forçar a coroa a abolir a derrama, que determinava a cobrança de todos os impostos atrasados;
os sediciosos rebelaram-se contra forasteiros que eram beneficiados pela coroa com privilégios na exploração das jazidas auríferas;
os projetos dos sediciosos eram o rompimento com Portugal, a adoção de um regime republicano é a criação de uma universidade em Vila Rica;
a sublevação desafiou a ação do marquês de Pombal que havia determinado o monopólio régio sobre a extração de diamantes.