UNIFOR Medicina 2016/1

CRÔNICA DE UM AMOR ANUNCIADO

 

Martha Medeiros

 

Toda pessoa apaixonada é um publicitário em potencial. Não anuncia cigarros, hidratantes ou máquinas de lavar, mas anuncia seu amor, como se vivê-lo em segredo diminuísse sua intensidade. O hábito começa na escola. O caderno abarrotado de regras gramaticais, fórmulas matemáticas e lições de geografia, e lá, na última página, centenas de corações desenhados com caneta vermelha. Parece aula de ciências, mas é introdução à publicidade. Em breve se estará desenhando corações em árvores, escrevendo atrás da porta do banheiro e grafitando a parede do corredor: Suzana ama João. A partir de uma certa idade, a veia publicitária vai tornando-se mais discreta. Já não anunciamos nossa paixão em muros e bancos de jardim. Dispensa-se a mídia de massa e parte-se para o telemarketing. Contamos por telefone mesmo, para um público selecionado, as últimas notícias da nossa vida afetiva. Mas alguns não resistem em seguir propagando com alarde o seu amor. Colocam anúncios de verdade no jornal, geralmente nos classificados: Kika, te amo. Beto, volta pra mim. Everaldo, não me deixe por essa loira de farmácia. Joana, foi bom pra você também?

 

.........................

 

O amor é uma coisa íntima, mas todos nós temos a necessidade de torná-lo público. É a nossa vitória contra a solidão. Assim como as torcidas de futebol comemoram seus títulos com buzinaços, foguetório e cantorias, queremos também alardear nossa conquista pessoal, dividir a alegria de ter alguém que faz nosso coração bater mais forte. É por isso que, mesmo não sendo adepta do estardalhaço, me consterno por aqueles que amam escondido, amam em silêncio, amam clandestinamente. Mesmo que funcione como fetiche, priva o prazer de ter um amor compartilhado.

 

Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/cronicas_de_marta_medeiros_sobre_amor/.>. Acesso em 15/10/2015.

 

Sobre as demonstrações da paixão, o texto expressa

a

crítica à publicização do sentimento amoroso em locais inadequados.

b

solidariedade aos que amam escondido em silêncio, clandestinamente.

c

tristeza por aqueles que não noticiam o sentimento, não divulgam com os outros.

d

repúdio àqueles que partem para o telemarketing para mostrar a conquista pessoal.

e

vergonha por aqueles que anunciam o amor por necessidade de torná-lo público.

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