Consoada
Quando a Indesejada das gentes chegar
(Não sei se dura ou caroável),
talvez eu tenha medo.
Talvez sorria, ou diga:
– Alô, iniludível!
O meu dia foi bom, pode a noite descer.
(A noite com os seus sortilégios.)
Encontrará lavrado o campo, a casa limpa,
A mesa posta,
Com cada coisa em seu lugar.
(BANDEIRA, M. Estrela da vida inteira. Poesias reunidas e poemas traduzidos. 19 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1991, p.202.)
Sobre os termos “Indesejada das gentes”, no primeiro verso, e “noite”, no sexto e sétimo versos, assinale a alternativa correta.
“Indesejada das gentes” é metáfora para a fome, vivenciada cotidianamente pelo nordestino e tema central desse poema.
“Indesejada das gentes” é metáfora para o cotidiano duro do lavrador, que nunca perde a esperança de dias melhores.
O termo “noite” é metáfora de calmaria, visto que em períodos de seca somente a noite traz alívio para o calor insuportável.
Ambos são metáfora para a morte, tratado aqui de maneira suave, sem demonstrações de revolta por parte do eu lírico.
Os termos são contraditórios, na medida em que o primeiro se relaciona à vida e o segundo à morte.