Considere os seguintes excertos:
“Dionísio já havia sido afugentado do palco trágico e o fora através do poder demoníaco que falava pela boca de Eurípedes. Também Eurípedes foi, em certo sentido, apenas máscara: a divindade, que falava por sua boca, não era Dionísio, tampouco Apolo, porém um demônio de recentíssimo nascimento, chamado Sócrates”.
Nietzsche, F. O Nascimento da Tragédia ou Helenismo e Pessimismo. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
“O Nascimento da tragédia tem dois objetivos principais: a crítica da racionalidade conceitual instaurada na filosofia por Sócrates e Platão; a apresentação da arte trágica, expressão das pulsões artísticas dionisíaca e apolínea, como alternativa à racionalidade”.
Machado, R. “Arte e filosofia no Zaratustra de Nietzsche” In: Novaes, A. (org.) Artepensamento. São Paulo. Companhia das Letras, 1994
Os trechos acima aludem diretamente à crítica nietzschiana referente à atitude estética que
subordina a beleza à racionalidade.
cultua os antigos em detrimento do contemporâneo
privilegia o cômico ao trágico.
concebe o gosto como processo social.
glorifica o gênio em detrimento da composição calculada.
A questão se refere à crítica de Nietzsche à atitude estética que subordina a beleza à racionalidade. Segundo Nietzsche, a filosofia de Sócrates e Platão, que valorizava a razão acima de tudo, levou à morte da tragédia grega, que era uma forma de arte que equilibrava os elementos dionisíacos (irracionais, caóticos) e apolíneos (racionais, ordenados). A beleza, para Nietzsche, não deve ser subordinada à racionalidade, mas deve ser uma expressão da vida em toda a sua complexidade e contradição.
Considere a crítica de Nietzsche à filosofia de Sócrates e Platão.
Pense sobre o que Nietzsche valoriza na arte trágica.
Reflita sobre a relação entre beleza e racionalidade na visão de Nietzsche.
Confundir a crítica de Nietzsche à racionalidade com uma rejeição total da razão.
Assumir que Nietzsche valoriza o cômico sobre o trágico.
Esquecer que Nietzsche vê a beleza como uma expressão da vida, não algo que pode ser determinado pela razão ou pela sociedade.
Nietzsche critica a racionalidade conceitual instaurada na filosofia por Sócrates e Platão, que subordina a beleza à racionalidade. Ele propõe a arte trágica, que equilibra os elementos dionisíacos e apolíneos, como alternativa à racionalidade.