INSTRUÇÃO: Leia, com atenção, o texto 01 a seguir para responder às questões que a ele se referem.
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Texto 01
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Quanto tempo a gente tem?
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1 \(\quad\quad\quad\) Quando criança, eu pensava que o tempo fosse um grande relógio de ponteiros gigantes, que funcionava
sem descanso em algum lugar que eu não podia alcançar. Só me dava conta da sua velocidade quando o céu
começava a escurecer, anunciando que era hora de parar a brincadeira do dia e me preparar para dormir. Hoje, às
vezes ainda me pego pensando nessas proporções do tempo e em suas maneiras delicadas de passar por mim. E,
5 confesso, tento algumas vezes desenhar em minha cabeça formas de aproveitá-lo melhor, diante da realidade do dia
a dia.
\(\,\) Compreender que o tempo não é algo palpável, mas que pode se transformar diante dos desafios da nossa
rotina é um grande passo para nos entendermos melhor com ele, sem tantas cobranças ou arrependimentos. Afinal,
como escreveu Mário Quintana, “a vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. Quando se vê, já são seis
10 horas! Quando se vê, já é sexta-feira. Quando se vê, já é Natal. Quando se vê, já terminou o ano. Quando se vê,
perdemos o amor da nossa vida”. Mas será que existe uma maneira mais afetuosa de lidar com o nosso tempo, sem
acumular tantas sensações de desperdício? [...]
\(\,\) Por aqui, sempre que alguma situação ameaça me amedrontar diante das horas, tento trazer à mente a frase
de um amigo, “lembrar de respirar é mantra para não se afogar na tempestade dos dias”.
15 \(\quad\quad\) \(\,\) Muitas vezes, esquecemos que algumas soluções se encontram em nós, no cultivo de uma calmaria interna
– e não na velocidade de fora. Deixando nossa ansiedade de lado, perdemos um pouco o desejo de controlar tudo e
então enxergamos novas possibilidades diante dos olhos, compreendendo que realmente há um tempo para todas
as coisas. Assim, automaticamente deixamos de nos cobrar tanto e temos a chance de viver momentos intensos e
prazerosos. [...]
20 \(\quad\quad\) \(\,\) A partir do instante em que nos abrimos para as pequenezas da vida e entendemos que são elas que
importam, temos a chance de viver de uma forma mais honesta com nós mesmos e com o nosso tempo. Afinal,
como escreveu Quintana ao fim do poema: “Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas”. E você? Se lhe fosse
dada uma outra oportunidade, viveria as simplicidades ou se prenderia no deslizar dos ponteiros?
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Disponível em: https://vidasimples.com/vida-emocional. Acesso em: 14 fev. 2023. Adaptado.
Considere o trecho: ‘“Quando se vê, já são seis horas! Quando se vê, já é sexta-feira. Quando se vê, já é Natal. Quando se vê, já terminou o ano.’” (Linhas 9-10)
I. Os termos “seis horas”, “sexta-feira”, “Natal” e “terminou o ano” formam um recurso de expressão denominado gradação.
II. O termo “quando” poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por “mal”, também com função de conjunção subordinativa temporal.
III. A palavra “quando” em “quando se vê” é atrativa, por isso se verifica a ocorrência da próclise obrigatória, de acordo com a norma.
IV. O verbo “são” encontra-se no plural, concordando com o termo “seis horas”, mas poderia ter sido usado, com igual correção, no singular.
V. A vírgula que separa a oração “Quando se vê” é facultativa, de acordo com a norma, para separar oração adverbial antecipada.
Estão CORRETAS as afirmativas
I, II e III, apenas.
II e IV, apenas.
I, III e V, apenas.
II, IV e V, apenas.
I e IV, apenas.