Considere o texto abaixo para responder a questão.
As cidades comerciais europeias eram o lugar da riqueza acumulada na primeira fase do capitalismo. Já se constituíam espaços de concentração de capitais disponíveis acumulados com o mercantilismo, eram o espaço do poder econômico e político (lugar de moradia dos capitalistas e sede dos Estados modernos), e nelas também se concentrava uma grande reserva de força de trabalho. Além disto, o capitalismo comercial ajudou a criar nas cidades uma infraestrutura muito importante para o desenvolvimento industrial. Houve um grande avanço técnico e científico, formou-se uma rede bancária e um mercado urbano, pois na medida em que, afastados de suas condições de produção no campo e impedidos de continuar a realizar sua produção artesanal, os trabalhadores tornaram-se consumidores dos elementos necessários à sua sobrevivência.
As cidades comerciais já eram, de fato, o “bom” lugar para o desenvolvimento industrial. E assim se deu. Lefèbvre afirma que, rapidamente, as indústrias aproximaram-se destas cidades, transformaram o seu caráter, adaptando-se às novas necessidades. Este movimento de absorção foi se dando à medida que estas cidades encontravam-se em territórios/países que estavam se industrializando, o que é possível ser observado até os nossos dias. De fato, a indústria apropriou-se até mesmo dos símbolos urbanos pré-industriais, como Atenas e Veneza, criando espaços dicotômicos: a Atenas antiga em acrópole e a Atenas moderna − industrial − junto ao porto; a Veneza, símbolo do renascimento urbano mercantil e a Veneza continental − área de concentração de suas indústrias atualmente.
(SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1988. p. 51)
As cidades comerciais europeias eram o lugar da riqueza acumulada no passado e assim permanecem no tempo presente. Na Europa ocidental foi formada uma megalópole que ocupa importante espaço do continente, como é possível observar na figura abaixo.
A respeito da megalópole europeia é correto afirmar que
padece pelas dificuldades impostas pelo Brexit, que se alonga por quase três anos e que tem provocado migração de capitais e investimentos rumo à Ásia e América do Norte.
constitui uma área de reconhecida instabilidade sociopolítica do continente em virtude da forte concentração de imigrantes que passam por processo constante de xenofobia.
sofre, atualmente, a concorrência das megalópoles Bos-Wash e japonesa, que apresentam maior dinamismo econômico e maior capacidade de gerar novas riquezas.
tem se destacado com a concentração urbana que mais tem perdido centros urbanos industriais, principalmente pela desindustrialização observada na Alemanha e na Itália.
representa uma das áreas de maior densidade demográfica contínua do continente e em seu interior estão localizadas duas importantes metrópoles mundiais.
Nesta questão, é mencionado o conceito de megalópole europeia, também chamada de “Dorsal Europeia” ou “Banana Azul”. Ela compreende uma faixa de alta concentração populacional e econômica que se estende aproximadamente do sudeste do Reino Unido (região de Londres) até o norte da Itália, passando por partes da França (Paris), da Alemanha (região do Vale do Ruhr, por exemplo), da Bélgica, da Suíça, entre outros países. Essa região concentra várias cidades de grande importância e densidade demográfica, sendo um dos principais centros urbanos da Europa.
Entre as alternativas apresentadas, a que melhor descreve a megalópole europeia é a alternativa (E), pois ela destaca sua grande densidade demográfica e menciona a presença de metrópoles mundiais, como Londres e Paris. Essas cidades são reconhecidas globalmente pela influência econômica, política e cultural.
Megalópole: é um conceito usado para descrever a junção ou contínuo urbano formado por diversas metrópoles e grandes cidades próximas e interligadas. No caso europeu, há uma extensa faixa de ocupação de alta densidade populacional, que engloba centros urbanos de relevância global.
Densidade Demográfica: refere-se à quantidade de pessoas em determinada área, sendo um indicador importante para identificar regiões altamente povoadas, como as megalópoles.
Urbanização e Concentração de Capitais: o texto explica como as cidades europeias, desde a era do capitalismo comercial, acumularam riqueza e infraestruturas que favoreceram o desenvolvimento industrial. Consequentemente, essas regiões urbanas passaram a concentrar ainda mais população e investimentos.