Considere o texto abaixo para responder a questão.
As cidades comerciais europeias eram o lugar da riqueza acumulada na primeira fase do capitalismo. Já se constituíam espaços de concentração de capitais disponíveis acumulados com o mercantilismo, eram o espaço do poder econômico e político (lugar de moradia dos capitalistas e sede dos Estados modernos), e nelas também se concentrava uma grande reserva de força de trabalho. Além disto, o capitalismo comercial ajudou a criar nas cidades uma infraestrutura muito importante para o desenvolvimento industrial. Houve um grande avanço técnico e científico, formou-se uma rede bancária e um mercado urbano, pois na medida em que, afastados de suas condições de produção no campo e impedidos de continuar a realizar sua produção artesanal, os trabalhadores tornaram-se consumidores dos elementos necessários à sua sobrevivência.
As cidades comerciais já eram, de fato, o “bom” lugar para o desenvolvimento industrial. E assim se deu. Lefèbvre afirma que, rapidamente, as indústrias aproximaram-se destas cidades, transformaram o seu caráter, adaptando-se às novas necessidades. Este movimento de absorção foi se dando à medida que estas cidades encontravam-se em territórios/países que estavam se industrializando, o que é possível ser observado até os nossos dias. De fato, a indústria apropriou-se até mesmo dos símbolos urbanos pré-industriais, como Atenas e Veneza, criando espaços dicotômicos: a Atenas antiga em acrópole e a Atenas moderna − industrial − junto ao porto; a Veneza, símbolo do renascimento urbano mercantil e a Veneza continental − área de concentração de suas indústrias atualmente.
(SPOSITO, Maria Encarnação B. Capitalismo e urbanização. São Paulo: Contexto, 1988. p. 51)
Na Grécia antiga, a acrópole, existente em Atenas, era
exclusiva à mais poderosa cidade da Grécia, devido ao seu desenvolvimento peculiar baseado na democracia e em instituições que concentravam funções políticas e religiosas integradas a esse regime e propositalmente instaladas fora do perímetro urbano.
estratégica, uma vez que sua construção em lugares altos, também encontrada em outras cidades, como Esparta, facilitava a defesa dos edifícios de grande importância política, simbólica e religiosa, ali construídos.
projetada em várias cidades-estados mediante uma solução arquitetônica que favorecia a concentração e o isolamento, distante do centro, de importantes edifícios aos quais a população comum não tinha acesso e que cumpriam a função de armazenar a riqueza local.
sagrada, na medida em que simbolizava o Olimpo e abrigava o Partenon, templo dedicado à deusa Atena e que era uma edificação obrigatória em todas as cidades da Grécia antiga, posteriormente copiada e adaptada ao culto de Minerva, nas cidades do Império Romano.
monumental, uma vez que abrigava o centro político, cultural e religioso de Atenas, a maior cidade da Grécia antiga, e que recebia peregrinações, festividades como as Olimpíadas e concorridos espetáculos dramatúrgicos em seus grandes teatros de arena.