INSPER Manhã 2011/2

Considere o período abaixo:

Incêndio atinge loja de São Paulo e não deixa vítimas.

No contexto em que ocorre, a conjunção “e”
a
tem valor aditivo e foi empregada para garantir a simetria sintática do período coordenado.
b
é desnecessária e pode ser substituída por dois pontos, sem que haja alteração de sentido.
c
foi empregada de modo equivocado, pois admite sempre valor aditivo.
d
poderia ser substituída por “nem”, já que está associada ao advérbio de negação.
e
indica oposição e tem sentido equivalente à conjunção adversativa “mas”.
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Resposta
E
Tempo médio
45 s

Resolução

A questão pede para analisar o valor semântico da conjunção "e" na frase "Incêndio atinge loja de São Paulo e não deixa vítimas".

1. Análise da Frase: A frase é composta por duas orações coordenadas ligadas pela conjunção "e":

  • Oração 1: "Incêndio atinge loja de São Paulo" - Apresenta um fato negativo, um evento destrutivo.
  • Oração 2: "não deixa vítimas" - Apresenta uma consequência ou um fato relacionado ao primeiro, mas que contrasta com a negatividade esperada (um incêndio geralmente pode causar vítimas). A ausência de vítimas é um aspecto positivo ou, no mínimo, um alívio inesperado diante da gravidade do incêndio.

2. Análise da Conjunção "e": A conjunção "e" é classicamente conhecida por seu valor aditivo, somando ideias ou fatos. No entanto, dependendo do contexto, ela pode adquirir outros valores semânticos.

3. Identificação do Valor Semântico Contextual: No contexto da frase, a segunda oração ("não deixa vítimas") não adiciona simplesmente uma informação à primeira, mas introduz uma ideia que se opõe à expectativa gerada pela primeira oração (um incêndio). Há um contraste entre a ocorrência do incêndio e a ausência de vítimas.

4. Equivalência com "mas": Se substituirmos "e" por "mas" (conjunção adversativa típica), o sentido principal da frase é mantido: "Incêndio atinge loja de São Paulo, mas não deixa vítimas". Isso confirma que, neste contexto específico, a conjunção "e" assume um valor adversativo, indicando oposição ou contraste.

5. Avaliação das Alternativas:

  • A: Incorreta. O valor não é aditivo, mas sim adversativo. A simetria sintática pode existir, mas não é a principal função ou característica semântica aqui.
  • B: Incorreta. A conjunção não é desnecessária; ela estabelece a relação entre as orações. A substituição por dois pontos alteraria a nuance, podendo sugerir explicação ou consequência, e não o contraste pretendido.
  • C: Incorreta. A conjunção "e" não admite *sempre* valor aditivo; ela pode ter outros valores contextuais, como o adversativo, o conclusivo, etc. Seu emprego aqui não é equivocado.
  • D: Incorreta. "Nem" é uma conjunção aditiva de negação. Sua substituição resultaria em uma frase agramatical ou sem sentido no contexto.
  • E: Correta. A conjunção "e", neste contexto, expressa oposição entre o fato do incêndio e a ausência de vítimas, tendo um sentido equivalente à conjunção adversativa "mas".

Conclusão: A conjunção "e" na frase apresentada tem valor adversativo, indicando oposição, o que torna a alternativa E a correta.

Dicas

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Pense na relação entre um incêndio e a possibilidade de haver vítimas. O que a segunda oração informa sobre isso?
Tente substituir a conjunção "e" pela conjunção "mas". O sentido da frase se mantém?
Lembre-se que a conjunção "e", apesar de ser primariamente aditiva, pode ter outros significados dependendo do contexto.

Erros Comuns

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Assumir que a conjunção "e" sempre tem valor aditivo, ignorando as possibilidades semânticas contextuais.
Não perceber a relação de contraste/oposição entre a ocorrência do incêndio e a ausência de vítimas.
Confundir o valor adversativo do "e" com outros valores possíveis (conclusivo, consecutivo).
Acreditar que a presença da negação ("não") na segunda oração automaticamente permitiria o uso de "nem" (Alternativa D).
Considerar a conjunção desnecessária ou substituível por pontuação sem alteração de sentido (Alternativa B).
Revisão

Conjunções Coordenativas e seus Valores Semânticos

As conjunções coordenativas ligam orações ou termos que possuem a mesma função sintática, estabelecendo diferentes relações semânticas entre eles.

A conjunção "e" é a principal conjunção coordenativa aditiva, usada para somar ideias, fatos ou elementos. Exemplo: "Ele estudou e passou no exame."

No entanto, dependendo do contexto, a conjunção "e" pode adquirir outros valores semânticos:

  • Adversativo (Oposição/Contraste): Quando a segunda oração expressa uma ideia oposta ou inesperada em relação à primeira. Equivale a "mas", "porém", "contudo". Exemplo: "Estudou muito e não foi aprovado." (Sentido de: Estudou muito, mas não foi aprovado).
  • Conclusivo: Quando a segunda oração expressa uma conclusão da primeira. Exemplo: "Ele se esforçou muito e conseguiu o que queria." (Sentido de: Ele se esforçou muito, portanto conseguiu).
  • Consecutivo: Quando a segunda oração expressa uma consequência da primeira. Exemplo: "Choveu muito e as ruas ficaram alagadas." (Sentido de: Choveu muito, de modo que as ruas ficaram alagadas).

É fundamental analisar o contexto para determinar o valor semântico específico da conjunção "e" em cada ocorrência.

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