Neste exercício, analisamos três afirmações sobre a obra Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, e identificamos quais delas são verdadeiras. É uma peça satírica e moralizante, na qual diversos personagens, representando diferentes estratos sociais, chegam ao porto após a morte e tentam embarcar em uma barca que pode levá-los ao Paraíso ou ao Inferno. O Diabo, comandando a barca do Inferno, zomba de cada personagem, revelando seus pecados e vícios.
▸ A afirmação I diz que o clímax está na cena do Fidalgo, supostamente reunindo os vícios das classes sociais anteriores. Na verdade, o Fidalgo aparece logo no início, simbolizando a figura nobre, arrogante e presa ao status, mas não sintetiza todos os vícios mostrados no decorrer da obra. Também não é considerado o clímax do auto. Portanto, a afirmação I está incorreta.
▸ A afirmação II fala da descontinuidade das cenas como recurso didático, pois isso reforça o distanciamento do espectador, fazendo-o refletir sobre cada tipo social sem se envolver emocionalmente demais. De fato, a peça é construída em quadros independentes, permitindo uma espécie de crítica didática. Essa afirmação está correta.
▸ A afirmação III considera que a caracterização caricata dos tipos sociais não é exagerada sem motivo, mas decorre da ênfase em características típicas de cada figura. Gil Vicente enfatiza defeitos para deixar claro o posicionamento moral, o que é coerente com a sátira. Assim, essa afirmação também está correta.
Diante disso, a única alternativa que apresenta somente as afirmações corretas (II e III) é a opção C.