UNIFAN Medicina 2019/1

O processo de formação do território brasileiro foi marcado por conflitos entre o modelo de sociedade que Portugal instituiu na colônia e os modelos de comunidades comunitárias. Os quilombos e as missões jesuíticas são exemplos de modelos de comunidades comunitárias.

A década de 1950 é o marco temporal da fase industrial de formação espacial brasileira. Esta fase, que foi regida pela lei do desenvolvimento desigual e combinado, inverteu a forma das relações espaciais até então existentes no Brasil. O campo passa o comando para a cidade, as regiões passam o comando para o Sudeste e a indústrias regionais passam o comando para a concentração em São Paulo.

O bandeirantismo e a expansão de gado são considerados os dois vetores fundacionais da formação espacial inicial do Brasil. Caminhando em sentidos contrários, no século XVIII, estes dois vetores irão se encontrar no planalto central e assim cristalizar a matriz do arranjo espacial que conhecemos hoje.

Entre as décadas de 1970 e 1990 é implantada no Brasil a política de privatização da gestão do espaço que moderniza a agricultura, redistribui territorialmente a indústria e despatrimonializa a gestão do espaço. Contudo, apesar de todas estas transformações socioespaciais, não será alterada a matriz espacial brasileira originária do período da colonização

Hoje não faz mais sentido falar que uma determinada região é do setor primário, secundário ou terciário, pois a atual fase espacial do Brasil trata-se de uma “formação espacial complexa”.