Considere o caso a seguir para responder às questões de números 34 e 35.
Marcos é professor do Ensino Fundamental II há 20 anos. Preocupado com a pressão que os alunos sentem diante de provas, que parece ter se intensificado mais recentemente, suspendeu as avaliações quantitativas em suas aulas. O professor tem considerado as provas prejudiciais ao desenvolvimento autônomo da criatividade e das potencialidades dos alunos. Como é muito experiente e afirma ter “olho clínico”, Marcos conta que consegue cedo no ano letivo identificar os bons alunos e aqueles que terão problemas.
Como vimos no caso, a ação docente partiu de um problema comum, que envolve a ansiedade dos estudantes nas situações de provas. Luckesi (2006) trata do uso da avaliação como disciplinamento social dos alunos em uma pedagogia do exame. A esse respeito, de acordo com o autor, é correto afirmar que
o medo é um instrumento poderoso de controle social, que força a adequação a comportamentos tidos como desejáveis e torna sujeitos submissos.
os jovens de hoje sofrem mais com as pressões psicológicas por receberem uma educação permissiva de seus pais, exigindo que a avaliação se adeque a esse novo perfil.
o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe castigos físicos nas escolas e, consequentemente, não cabe mais falar em medo no contexto escolar.
é importante se utilizar de mecanismos de pressão psicológica para desenvolver bons hábitos e atitudes nos estudantes, pois são meios válidos e sutis de pressão duradoura.
o conjunto de combinados decidido em reunião de pais guia a prática de disciplinamento social, moldando o caráter e o comportamento dos estudantes daquela comunidade de acordo com seu contexto singular.