Como a simbiose, o sexo é uma questão de incorporação. O sexo pode ser compreendido como um acaso especial de simbiose cíclica: tanto o sexo (óvulos fecundados, os zigotos) como a simbiose, surgindo a partir de parceiros simbióticos, geram novos seres. O ato de acasalamento em geral é breve. Em incorporações de plantas e de animais, o novo ser é relativamente duradouro em relação ao próprio momento de acasalamento. Mas a simbiose celular é um nível de fusão mais profundo, mais permanente e singular. Nas grandes simbioses celulares, aquelas do momento evolutivo que gerou as organelas, o ato de acasalamento é, em termos práticos, eterno.
(MARGULIS, 2001, p. 100).
Ao reconhecer o sexo como a capacidade dos seres vivos de produzir descendentes com variabilidade genética, pode-se considerar como correta a afirmativa:
O sexo, ao gerar óvulos fecundados, permite a formação de indivíduos com maior potencial adaptativo por apresentarem a mesma carga genética sempre de caráter superior preservada por seleção natural.
A incorporação presente na reprodução sexuada estabelece uma troca de material genético que envolve aumento da variabilidade a partir da recombinação dos genes envolvidos.
O ato de acasalamento presente no sexo nas incorporações de plantas e animais é um ato breve por possuir uma única combinação genética possível entre o gameta masculino e o gameta feminino.
De forma similar com a simbiose celular, o sexo é gerador de novos tipos diversificados e, portanto, menos capacitados para enfrentar as pressões seletivas geradas pelo ambiente.
A reprodução sexuada, ao ampliar a capacidade de sobrevivência das populações, tornou-se a forma exclusiva de reprodução tanto no grupo dos animais quanto, também, no grupo dos vegetais.
A variabilidade genética é resultado da mistura de material hereditário proveniente de dois indivíduos (ou dois gametas). Na reprodução sexuada, esse processo ocorre pela recombinação gênica (crossing-over, segregação independente dos cromossomos e combinação de gametas), aumentando as chances de aparecimento de conjuntos novos de alelos. Essa variabilidade é fundamental para a seleção natural, pois fornece matéria-prima para que indivíduos portadores de combinações favoráveis sejam mantidos ou aumentem em frequência em populações.
Entre as afirmações propostas, a única que expressa corretamente essa ideia é a alternativa B, pois reconhece que a “incorporação” (união de gametas) promove troca de material genético e, consequentemente, aumento da variabilidade por recombinação gênica.
Portanto, a resposta correta é B.