Com a independência [dos países africanos], não houve uma revalorização da África tradicional?
Houve. Sobretudo nos meios artísticos e intelectuais. Assistiu-se a um renascimento da música, da dança e do teatro tradicionais. A história do continente foi revista com entusiasmo. [...]
Já a posição dos políticos foi na maioria dos casos contraditória. Valorizavam as tradições e o passado. Mas como tradição e passado.
(Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008.)
A limitada valorização da África tradicional, pelos políticos, pode ser explicada pela sua disposição de
eliminar os resíduos da presença europeia no continente e integrar as economias nacionais ao mercado internacional.
eliminar as fronteiras nacionais e restabelecer formas e padrões de sociabilidade locais.
estimular o artesanato local e extinguir os preconceitos étnicos e sociais impostos pelos colonizadores.
ampliar a integração entre os povos africanos e evitar a influência cultural dos países do Ocidente.
manter as estruturas políticas herdadas dos colonizadores e neutralizar o poder das chefias tradicionais.