“Cenas de agonia se passavam, nas salas de clientes dos vários corretores. Ali, os que poucos dias antes haviam-se regalado em ilusões de riqueza, viam todas as suas esperanças esmagadas num colapso tão devastador, tão além de seus mais desenfreados temores, que tudo parecia irreal. Buscando salvar um pouco da ruína, mandavam vender suas ações “no mercado”, quando descobriam que não apenas haviam perdido tudo, mas ainda estavam em débito com o corretor. E então, reviravolta irônica: a sacudida seguinte do louco mercado elevava os preços para onde eles poderiam haver vendido e conseguido um substancial equilíbrio de caixa restante. Toda jogada era errada naqueles dias. O mercado parecia uma coisa insensata, se vingava louca e impiedosamente dos que julgavam dominá-lo.”
24/out/1929 – BELL, Elliot V. New York Times. In LEWIS, John – O Grande Livro do Jornalismo. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008, p 107.
O texto acima relata uma crise que
provocou transformações estruturais na economia europeia que, com deficit de produção, buscou matéria-prima em outros continentes, dando início ao moderno imperialismo.
provocou uma reestruturação das instituições financeiras americanas com o objetivo de evitar a ampliação da crise e a consequente contaminação da economia mundial.
não afetou a economia latino-americana, tradicionalmente agrária, tendo em vista que a crise foi motivada fundamentalmente pela superprodução industrial.
demonstrou a fragilidade do capitalismo liberal e conduziu à adoção de medidas saneadoras que ampliaram a participação do Estado na economia.
levou a Europa a adotar medidas livre-cambistas, como estratégia para conter o avanço da crise financeira em seu território.