CENÁRIO DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA NO BRASIL
[1] O estudo “Cenário da Infância e Adolescência no Brasil”, divulgado pela Fundação Abrinq, nesta
terça (21), revelou que 40% das crianças de até 14 anos estão em situação de pobreza, no Brasil. O dado é
preocupante, pois a vulnerabilidade social é refletida em muitos outros indicadores sociais, como trabalho
infantil, violência e acesso à água.
[5] A criança que não tem seus direitos básicos garantidos não se desenvolve integralmente. Quem não
tem escola de qualidade não chega à faculdade e consequentemente não rompe o ciclo da pobreza,
reproduzido de geração em geração. Quem não tem acesso à água sofre danos na saúde e quem não tem
lazer não vivencia a plena infância.
O relatório mostrou, por exemplo, que 70% das crianças de 0 a 3 anos não têm acesso às creches no
[10] Brasil. Com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2015, concluiu-se também o
aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos no trabalho, na agricultura, indústria têxtil e frigorífica.
Há ainda outros números assustadores: segundo o IBGE, 9,8 milhões de domicílios no Brasil não
possuem acesso à rede de distribuição de água e rede de esgoto. Além disso, 25% dos bebês nascidos na
região Norte são de mães com menos de 19 anos. Há mais de 3,22 milhões de domicílios localizados em
[15] favelas no país, com aproximadamente 11,4 milhões de pessoas vivendo nessas condições. E no ano de
2015, mais de 56 mil mortes por homicídios foram notificadas no Sistema de Informações sobre
Mortalidade (SIM). Entre eles, 18,4% foram contra jovens com menos de 19 anos.
O cenário da infância e adolescência no Brasil é preocupante, ainda mais em um momento de forte
crise política e econômica. Não há bala de prata para solucionar o problema, mas é certo que a infância deve
[20] ser uma prioridade absoluta das políticas públicas, como garante a Constituição. Caso contrário,
continuaremos andando em círculos.
Fonte: RIBEIRO, Bruna. Cenário da infância e da adolescência no Brasil. Estadão Jornal Digital. Disponível em: <http://emais.estadao.com.br/blogs/bruna-ribeiro/criancas-pobreza-brasil/>. Publicado em: 23 mar. 2017. Acesso em: 5 set. 2017.
A presença ou ausência de um acento pode mudar todo o sentido da frase e também alterar a função da palavra, pelas relações sintáticas e semânticas que se estabelecem entre os elementos do texto. Nesse caso, o termo “vivencia” (linha 8) tem função diferente do termo vivência. Com as palavras “política” (linha 19) e “contrário” (linha 20) também poderiam ocorrer diferenças de função ou sentido, pela ausência de acentuação gráfica.
Observe os exemplos a seguir, tendo sido o primeiro deles retirado do texto e, o segundo, reconstruído a partir do primeiro trecho, a fim de que se analise o contexto diferenciado pela presença e ausência de acentuação:
(1) “Caso contrário, continuaremos andando em círculos.” (linhas 20-21) → Como eu contrario, continuaremos andando em círculos.
(2) “[...] quem não tem lazer não vivencia a plena infância.” (linhas 7-8) → Quem não tem lazer não tem vivência com a plena infância.
(3) “[...] ainda mais em um momento de forte crise política [...]” (linhas 18-19) → [...] ainda mais em um momento em que se politica.
Após ter observado os trechos, analise se há, entre as palavras neles em destaque, alteração de sentido ou de função, pela presença ou ausência de acentuação gráfica, de acordo com o contexto, e, então, assinale a alternativa CORRETA.
No exemplo (3), há alteração apenas de sentido do primeiro para o segundo trecho.
No exemplo (2), há alteração apenas de sentido do primeiro para o segundo trecho.
No exemplo (2), há alteração de função e de sentido do primeiro para o segundo trecho.
No exemplo (1), há alteração de função e de sentido do primeiro para o segundo trecho.