CAPÍTULO IV / UM DEVER AMARÍSSIMO
José Dias amava os superlativos. Era um modo de dar feição monumental às idéias; não as havendo, servir a prolongar as frases.
(Machado de Assis, Dom Casmurro)
José Dias, caracterizado como o homem dos superlativos, é uma paródia, uma caricatura da expressão verbal pomposa e oca, da subliteratura dos salões. Sua retórica exagerada configura um discurso redundante, reduto de clichês, lugarescomuns, adjetivos e advérbios inexpressivos (Fernando Teixeira). Das frases proferidas pela personagem, assinale a que NÃO necessariamente se enquadra na definição acima:
“Sua mãe é uma santa, seu tio é um cavalheiro perfeitíssimo.” (XXV)
“... e vale sempre entrar no mundo ungido com os santos óleos da teologia...” (LXI)
“A viagem à Europa é o que é preciso, mas pode fazer-se daqui a um ou dois anos...” (LXI)
“... que vai pedir para sua mãe terníssima e dulcíssima a dispensa de Deus.” (XCV)
“... uma grande alma, espírito ativo, coração reto, amigo, bom amigo, digno da esposa amantíssima que Deus lhe dera...” (CXXVI)