Capitão de indústria
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
Eu não vejo além da fumaça
Que passa e polui o lar
Eu nada sei
Eu não vejo além disso tudo
O amor e as coisas livres, coloridas
Nada poluídas
Eu acordo pra trabalhar
Eu durmo pra trabalhar
Eu corro pra trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer
É quando eu me encontro perdido
Nas coisas que eu criei
E eu não sei
(VALLE, 2010).
A situação descrita na composição musical retrata uma realidade vivenciada pela sociedade em geral, mas que pode identificar-se com
o trabalhador inglês, durante a Primeira Revolução Industrial, época em que, a partir do processo do cercamento dos campos e da perda dos meios de produção, restou ao trabalhador vender sua força de trabalhado em troca de um salário.
a política imperialista, que, a partir do Congresso de Berlim, impôs regras claras e definidas para a escravização do negro e a divisão das rotas do tráfico negreiro entre as principais nações capitalistas, como a Inglaterra, a França e a Alemanha.
a recessão industrial pós-Primeira Guerra Mundial, que provocou a redução da lucratividade das empresas e o aumento do desemprego, e, consequentemente, o avanço das ideias socialistas, principal fator para a eclosão da Crise de 1929.
a ascensão do nazismo na Alemanha, que, ao estabelecer o Pacto Germano-Soviético de Não Agressão, adotou os princípios básicos do socialismo, amenizando os efeitos da crise originada pelas determinações do Tratado de Versalhes.
os efeitos do Plano Marshall, que, ao investir capitais norte-americanos na Europa, provocou uma profunda crise na sua economia, contribuindo para a elevação do índice de desemprego e para a crise social pós-guerra.