CANTE LÁ QUE EU CANTO CÁ
Poeta, cantô de rua,
Que na cidade nasceu,
Cante a cidade que é sua,
Que eu canto o sertão que é meu.
Se aí você teve estudo,
Aqui, Deus me ensinou tudo,
Sem de livro precisá
Por favô, não mêxa aqui,
Que eu também não mexo aí,
Cante lá, que eu canto cá.
Você teve inducação,
Aprendeu munta ciença,
Mas das coisa do sertão
Não tem boa esperiença.
Nunca fez uma paioça,
Nunca trabaiou na roça,
Não pode conhecê bem,
Pois nesta penosa vida,
Só quem provou da comida
Sabe o gosto que ela tem.
Pra gente cantá o sertão,
Precisa nele morá,
Tê armoço de fejão
E a janta de mucunzá,
Vivê pobre, sem dinhêro,
Socado dentro do mato,
De apragata currelepe,
Pisando inriba do estrepe,
Brocando a unha-de-gato.
(ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá. Disponível em: < http://letras.mus.br/patativa-do-assare/1072883/ > Acesso em: 19/05/2013.
O texto de Patativa do Assaré apresenta um dos elementos que constituem a variedade linguística da língua no que diz respeito a aspectos:
de gênero.
de sintaxe.
de vocabulário.
de pronúncia.
de escrita.