Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho, à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
DIAS, Gonçalves. In: RONCARI, Luiz. Literatura Brasileira: dos primeiros cronistas aos últimos românticos. São Paulo: Edusp, 2002. p. 320.
O poema lido pertence ao
Realismo, pois apresenta descrições objetivas com a finalidade de mostrar a realidade de forma fidedigna.
Parnasianismo porque o autor trata o tema com base na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção.
Naturalismo, pois aborda a existência humana de forma materialista.
Barroco, por apresentar uma oposição do Antropocentrismo (homem) ao Teocentrismo (Deus).
Romantismo, uma vez que apresenta subjetivismo, sentimentalismo e exaltação da natureza.