ENEM 2012 segunda aplicação
Cada uma das personagens adota uma forma diferente de designar os países “não desenvolvidos”, porém, atualmente tem-se adotado a terminologia “países em desenvolvimento” porque
representa melhor a ausência de desigualdades econômicas que se observa hoje entre essas nações.
facilita as relações comerciais no mercado globalizado, ao aproximar países mais e menos desenvolvidos.
indica que os países estão em processo de desenvolvimento, reduzindo o estigma inerente ao termo “subdesenvolvidos”.
demonstra o crescimento econômico desses países, que vem sendo maior ao longo dos anos, erradicando as desigualdades.
reafirma que durante a Guerra Fria os países que eram subdesenvolvidos alcançaram estágios avançados de desenvolvimento.
Resolução
A questão aborda a evolução da terminologia usada para classificar países com diferentes níveis de desenvolvimento econômico e social, utilizando uma tirinha da Mafalda como ponto de partida.
Passo 1: Interpretação da Tirinha
- No primeiro quadrinho, a personagem Susanita reclama de um problema cotidiano (telefone quebrado) e o atribui ao fato de viver em um "país subdesenvolvido", expressando frustração.
- No segundo quadrinho, Mafalda questiona Susanita, perguntando se não a incomoda usar um termo tão negativo ("subdesenvolvido") para descrever seu próprio país. Isso introduz a ideia de que o termo carrega uma conotação pejorativa.
- No terceiro quadrinho, Susanita reafirma que o país é, de fato, subdesenvolvido e pergunta qual termo alternativo deveria usar.
- Nos últimos quadrinhos, Mafalda, após pensar, sugere ironicamente o termo "país 'amador'", buscando uma palavra que, embora ainda crítica, talvez soe menos definitiva e estigmatizante que "subdesenvolvido".
A tirinha, portanto, ilustra o desconforto com o termo "subdesenvolvido" e a busca por alternativas.
Passo 2: Análise do Enunciado
O enunciado conecta a discussão da tirinha à terminologia atual, perguntando por que o termo "países em desenvolvimento" é preferido hoje em dia para designar nações que antes eram chamadas de "subdesenvolvidas" ou outros termos semelhantes.
Passo 3: Avaliação das Alternativas
- A - Incorreta. O termo "países em desenvolvimento" não implica ausência de desigualdades econômicas; essas desigualdades persistem e são frequentemente um grande desafio para essas nações.
- B - Incorreta. Embora a terminologia possa ter alguma influência nas relações internacionais, a principal razão para a mudança não é facilitar o comércio, mas sim adotar uma visão mais dinâmica e menos pejorativa do status desses países.
- C - Correta. O termo "em desenvolvimento" enfatiza que esses países estão em um processo contínuo de mudanças econômicas, sociais e políticas, buscando melhorar seus indicadores. Ele substitui "subdesenvolvido", que soa como uma condição permanente e inferior, reduzindo assim o estigma associado. A ideia de processo e a redução do estigma são os pontos centrais.
- D - Incorreta. Embora muitos países em desenvolvimento tenham apresentado crescimento econômico, o termo não garante isso, nem implica que as desigualdades foram erradicadas. O crescimento é variado e as desigualdades continuam sendo um problema significativo.
- E - Incorreta. A Guerra Fria (aproximadamente 1947-1991) terminou antes da consolidação do termo "países em desenvolvimento" como preferencial. Além disso, nem todos os países antes classificados como "subdesenvolvidos" alcançaram estágios avançados de desenvolvimento nesse período ou depois.
Passo 4: Conclusão
A preferência pelo termo "países em desenvolvimento" se deve ao fato de que ele sugere um processo dinâmico de melhoria e evita a conotação negativa e estática de "subdesenvolvido", como discutido na tirinha e explicado na alternativa C.
Dicas
Erros Comuns
A classificação de países baseada em seu nível de desenvolvimento econômico e social evoluiu ao longo do tempo. Inicialmente, após a Segunda Guerra Mundial e durante a Guerra Fria, popularizou-se a divisão em Primeiro Mundo (capitalista desenvolvido), Segundo Mundo (socialista) e Terceiro Mundo (não alinhado, majoritariamente ex-colônias com baixo desenvolvimento econômico).
Posteriormente, os termos "desenvolvido" e "subdesenvolvido" ganharam força. "Subdesenvolvido" passou a ser criticado por sua carga negativa e por sugerir uma condição imutável de inferioridade.
Organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial passaram a adotar e popularizar o termo "países em desenvolvimento" (developing countries) para se referir a nações que buscam melhorar seus indicadores socioeconômicos (PIB per capita, IDH, industrialização, etc.). Este termo enfatiza o processo e o potencial de mudança, sendo considerado menos estigmatizante.
Outras classificações incluem "países emergentes" (aqueles em desenvolvimento com rápido crescimento econômico e industrialização) e "países menos desenvolvidos" (categoria da ONU para os mais pobres e vulneráveis).
