Bom-Crioulo não pensou em dormir, cheio,
como estava, de ódio e desespero. [...]
Amigado, o Aleixo! [...] Amigar-se, viver com
uma mulher, sentir o contato de outro corpo
que não o seu, deixar-se beijar, morder, nas
ânsias do gozo, por outra pessoa que não o
Bom-Crioulo!...
Agora é que tinha um desejo enorme, uma
sofreguidão louca de vê-lo rendido, a seus pés
[...] As palavras de Herculano (aquela história
do grumete com uma rapariga) tinham-lhe
despertado o sangue, fora como uma espécie
de urtiga brava arranhando-lhe a pele,
excitando-o, enfurecendo-o de desejo. [...]
Não, não era somente o gozo comum, a
sensação ordinária, o que ele queria depois das
palavras de Herculano: era o prazer brutal,
doloroso, fora de todas as leis, de todas as
normas...
Fonte: CAMINHA, 2002. p. 108-109.
No trecho destacado, predominam as seguintes características da narrativa de Adolfo Caminha:
a temática da sexualidade e a análise detalhista do meio.
a temática da sexualidade e a prevalência do instinto sobre a razão.
a prevalência do instinto sobre a razão e a análise detalhista do meio.
a corrupção moral e religiosa e a análise social da personagem.
a temática da sexualidade e o dilema ético do protagonista.