UNIFOR 1ª Fase 2013/2

AUTOPSICOGRAFIA

 

O poeta é um fingidor.

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

 

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

 

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração.

PESSOA, Fernando. Obra Poética. Rio de Janeiro: Cia. José Aguilar Editora, 1972, p. 164.

A partir da leitura do texto, se pode afirmar que:

a

No poema de Pessoa, observa-se o sentido da vida de forma genérica ou universal.

b

O poeta só sente a dor ao decodificá-la, pois a dor é sua e de mais ninguém.

c

Percebemos, de imediato, a falta de paralelismo da estrutura do poema, expresso em estrofes de quatro versos que se repetem por três vezes.

d

Fernando Pessoa quer descobrir para si mesmo o mistério da sua poesia e, sobretudo, da arte de ser poeta.

e

Na terceira estrofe, o poeta fala do indivíduo particular que produz o poema e de um conjunto de indivíduos (os leitores) que entram em contato com a obra.

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Resposta
D

Resolução

Neste poema de Fernando Pessoa, o eu-lírico reflete sobre o processo de criação poética e a arte de fingir. A dor que o poeta sente é transformada em linguagem poética, mas essa dor representada não é exatamente a mesma dor autêntica: torna-se uma dor artisticamente construída. O poema enfatiza a ideia de que há um mistério na criação literária que o poeta busca desvendar, mostrando-se consciente de sua própria capacidade de “fingir” em versos. A outra questão central é a forma como o público (ou leitor) recebe esse conteúdo poético, já que, ao ler o poema, experimenta a dor de maneira diferente, baseada em seu próprio referencial.

A alternativa correta é a letra D: ao longo dos versos, Pessoa exprime como encara sua própria criação artística e todo o mistério que envolve o ato de fazer poesia, enfatizando que, a cada escrita, o poeta se descobre e compreende, explorando os processos de seu “fingimento”.

Dicas

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Observe as menções sobre a arte de fingir do poeta ao longo dos versos.
Atente para a maneira como a dor é transformada num artifício poético.
Veja como o leitor (ou os que leem) são citados no poema, criando uma relação diferente com a dor.

Erros Comuns

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Interpretar o fingimento poético como ausência de dor, quando há, na verdade, uma dor real e outra fingida.
Acreditar que o poema fala estritamente sobre o sentido genérico da vida, ignorando o tema da criação poética.
Supor que a estrutura do poema seja irregular, quando ele segue uma forma coesa e organizada.
Revisão
  • Poesia lírica: expressão de sentimentos e reflexões pessoais do eu-lírico.
  • Fingimento poético: recurso no qual o poeta transforma a realidade e, até mesmo, a dor, num artifício artístico.
  • Receptor (leitor): tem sua própria experiência ao ler o poema, o que pode diferir do sentimento original do autor.
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