Atento a tirinha da personagem Mafalda do pensador e quadrinista Joaquín Salvador Lavado Tejón, mais conhecido como Quino, assinale a alternativa que apresenta melhor correspondência entre o pensamento de Jean-Jacques Rousseau sobre a questão da desigualdade social e a tirinha em questão.
Os quadrinhos ilustram o pensamento de Rousseau, na medida em que demonstram a ignorância da Mafalda sobre o desejo dos pobres de continuarem pobres, de não quererem mudar de vida para se sentirem sempre como vítimas do sistema capitalista, o que lhes permite viver às custas do governo e de suas várias bolsas sociais.
Os quadrinhos têm relação com a questão da desigualdade para Rousseau, pois revelam o ‘amor de si’ do interlocutor da Mafalda, ou seja, um sentimento exagerado de egoísmo que faz com que a pessoa perca completamente a relação com o instinto e o impulso de não ser indiferente ao sofrimento alheio.
A relação encontra-se na ideia expressa pelo personagem quando ele atribui aos pobres a responsabilidade por sua condição e não percebe que as pessoas nascem diferentes em força e capacidade e que algumas deverão triunfar enquanto outras irão inevitavelmente fracassar. Não se trata, portanto, de uma questão de escolha, mas de merecimento.
Os quadrinhos ilustram justamente a mentalidade que Rousseau quer apontar como injusta e problemática, uma vez que atribui necessariamente aos pobres a responsabilidade por sua condição, negando o estabelecimento da propriedade privada e seus efeitos sobre a passagem da desigualdade física e natural para desigualdade moral ou política.
Aparentemente não há relação possível entre os quadrinhos e o pensamento de Rousseau sobre a questão da desigualdade, já que a filosofia e a arte não são próximas.