Atente para o trecho abaixo:
“Eu tinha uns quatro anos no dia em que minha mãe morreu. Dormia no meu quarto, quando pela manhã acordei com um enorme barulho na casa toda. Eram gritos e gente correndo para todos os cantos. O quarto de dormir de meu pai estava cheio de pessoas que eu não conhecia. Corri para lá e vi minha mãe estendida no chão e meu pai caído em cima dela como um louco. A gente toda que estava ali olhava para o quadro como se estivesse a assistir a um espetáculo. Vi então que minha mãe estava toda banhada em sangue, e corri para beijá-la, quando me pegaram pelo braço com força. Chorei, fiz o possível para livrar-me. Mas não me deixaram fazer nada.”
( José Lins do Rego, Menino de Engenho)
A partir do texto acima, é possível afirmar que
I. Menino de Engenho é um romance modernista, pois se utiliza de linguagem coloquial, típica da primeira fase do modernismo, de que faz parte.
II. a narrativa memorialista de Menino de Engenho é um traço comum no regionalismo brasileiro e no chamado “Romance de 30”.
III. a expressão “banhada em sangue” pode ser considerada uma hipérbole, o que potencializa o horror da cena que o menino presencia.
IV. na expressão “Eram gritos e gente correndo”, há uma personificação, pois os gritos “correm” pela casa, o que é típico da linguagem lírica do romance regionalista.
V. a presença do narrador em primeira pessoa faz o romance ser memorialista, o que significa retomar, biograficamente, a vida do autor.
Está correto o que se afirma nas proposições
III e V.
IV e V.
I e II.
II e III.
I e IV.