Atente ao seguinte excerto: “A tarde daquela quinta-feira corria como outra qualquer. Crianças na escola começavam a se agitar para o fim da aula, o senhor de idade levantava do seu costumeiro repouso, trabalhadores retornavam da jornada. Porém, de maneira abrupta, aquilo que alguns temiam se realizou. Por volta das 15 horas e 30 minutos, no município de Mariana, a estrutura da barragem de rejeitos minerários de Fundão, de propriedade da Samarco (Vale/BHP Billiton) se rompeu e aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de lama invadiram o leito dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce. Por meio de muita poeira e de barulhos estrondosos, as famílias que moravam à jusante receberam o anúncio. Em questão de minutos, viram aproximar de si uma montanha de lama, que arrombava as portas de casa, derrubava as paredes, arrastava as árvores e os carros. Quem conseguiu, correu com a roupa do corpo para o lugar mais alto que podia alcançar. Para trás, foram deixados animais, plantações, casas, documentos, algum retrato de família, algum brinquedo de infância, um objeto de sorte, uma carta de amor”.
Fonte: Le Monde Diplomatique Brasil. 23 de novembro de 2017. No Rio Doce, dois anos de violência e de luta. Disponível em https://diplomatique.org.br/dois-anos-deviolencia-e-luta-no-rio-doce-samarco/.
O texto acima relata um dos maiores acidentes ambientais já ocorridos no Brasil, como consequência do rompimento da barragem de Fundão (MG), em 2015. Sobre os desdobramentos desse desastre, é correto afirmar que
passados dois anos do acidente, a “ressurreição” dos rios atingidos já é uma realidade, uma vez que as empresas responsáveis pelo desastre concluíram a retirada dos rejeitos depositados.
a recuperação do ambiente atingido por esse desastre ambiental é lenta, mas as consequências não são tão graves, pois o acidente não trouxe maiores problemas para as pessoas ali residentes.
após dois anos do rompimento da barragem de Fundão, o rejeito de minério ainda encobre áreas devastadas, e milhões de metros cúbicos da lama seguem espalhados, deixando marcas no meio ambiente e nas comunidades atingidas.
até hoje, as empresas e o poder público não deram resposta para questões ambientais emergenciais ocorridas com o rompimento da barragem de Fundão, porém todas as pessoas atingidas pelo desastre já foram indenizadas e estão reconstruindo suas vidas em municípios distantes dos rios Gualaxo do Norte, Carmo e Doce.