ENEM 2013
Até quando?
Não adianta olhar pro céu
Com muita fé e pouca luta
Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar pro chão
Virar a cara pra não ver
Se liga aí que te botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer dizer que você tenha que sofrer!
GABRIEL, O PENSADOR. Seja você mesmo (mas não seja sempre o mesmo). Rio de Janeiro: Sony Music, 2001 (fragmento).
As escolhas linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto
caráter atual, pelo uso de linguagem própria da internet.
cunho apelativo, pela predominância de imagens metafóricas.
tom de diálogo, pela recorrência de gírias.
espontaneidade, pelo uso da linguagem coloquial.
originalidade, pela concisão da linguagem.
Resolução
Passo a passo da solução:
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Leitura e Compreensão do Texto: Leia atentamente o fragmento da letra da música "Até quando?" de Gabriel, O Pensador. Observe o tema (crítica social, chamado à ação) e o estilo da linguagem utilizada.
Exemplo de trechos relevantes: "Não adianta olhar pro céu", "Levanta aí", "muito protesto pra fazer", "pode crer", "Se liga aí", "te botaram numa cruz".
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Identificação das Características Linguísticas: Analise as palavras e construções frasais. Note o uso de:
- Contrações informais: "pro" (para o), "pra" (para).
- Expressões e gírias: "Levanta aí", "pode crer", "Se liga aí".
- Pronomes e verbos informais: "te botaram".
- Tom direto e imperativo: "Levanta aí", "Se liga aí".
Essas características são típicas da linguagem coloquial, ou seja, a linguagem informal usada no dia a dia, em conversas espontâneas.
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Análise das Alternativas: Avalie cada opção relacionando-a com as características identificadas no texto.
- A: A linguagem não é específica da internet. Expressões como "pode crer" e "se liga aí" são anteriores à popularização da internet e pertencem ao registro coloquial geral.
- B: Embora haja um tom apelativo (chamado à ação) e uma metáfora ("te botaram numa cruz"), as imagens metafóricas não são o recurso predominante que define o estilo linguístico do texto. A linguagem direta é mais marcante.
- C: Há gírias ("pode crer", "se liga aí"), mas a caracterização principal não é o "tom de diálogo" e a recorrência de gírias não é o único nem o principal aspecto da informalidade presente. A coloquialidade é um traço mais amplo.
- D: A linguagem coloquial (informal, com contrações, gírias e expressões do cotidiano) confere ao texto um ar de espontaneidade, como se fosse uma fala direta, natural. Esta opção descreve bem o efeito das escolhas linguísticas do autor.
- E: A linguagem do rap pode ser concisa, mas a originalidade do texto não deriva primordialmente da concisão. Além disso, a característica mais evidente é a coloquialidade, não a concisão por si só.
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Conclusão: A alternativa que melhor descreve o efeito das escolhas linguísticas (uso de termos e construções informais) é a D, pois a linguagem coloquial utilizada contribui significativamente para a espontaneidade e a aproximação com o ouvinte, características marcantes do estilo do artista e do gênero rap.
Dicas
Erros Comuns
Revisão de Conceitos:
- Variação Linguística: A língua não é uniforme, ela varia de acordo com fatores como região, classe social, idade, contexto (formal/informal), etc.
- Registros de Linguagem: São as variedades linguísticas adequadas a diferentes situações comunicativas. Os principais são o registro formal (norma culta, usado em situações oficiais, documentos, etc.) e o registro informal ou coloquial (usado no dia a dia, com amigos, família, caracterizado pela espontaneidade, uso de gírias, abreviações, etc.).
- Linguagem Coloquial: Marcada pela informalidade, espontaneidade, uso de expressões populares, gírias, frases mais curtas e diretas, contrações ("pra", "tá"). É comum na fala e em gêneros textuais que buscam proximidade com o público, como músicas populares, crônicas, etc.
- Funções da Linguagem: A forma como a linguagem é usada para atingir um objetivo. No texto, predomina a função apelativa ou conativa (influenciar o receptor, chamar à ação - "Levanta aí", "Se liga aí").
Relacionar as variedades lingüísticas a situações específicas de uso social.
