Até por volta de 1350, raramente a morte era retratada e, quando o era, tratava-se de uma mensageira do mundo divino. A partir daí, a morte tornou-se um tema recorrente na arte e na literatura, representada como uma força impessoal, com iniciativa própria. O significado da morte alterou-se e, com ele, toda uma sensibilidade: perdendo qualquer conotação ética, a morte deixou de ter natureza cristã.
FRANCO Jr., Hilário. Idade Média, nascimento do Ocidente. São Paulo:
Editora Brasiliense, 2001. Adaptado.
A imagem e o texto se referem, exlusivamente, a qual contexto histórico?
Ao contexto de crise da Idade Média e dos conflitos sociais, em que aldeias e cidades eram cobertas de cadáveres de clérigos e nobres.
Ao contexto de doenças generalizadas, que se espalharam por toda a Europa, trazidas do Oriente pelas galeras genovesas.
Ao contexto da peste negra, que, nesse período, atingia a todos, poderosos e humildes, clérigos e leigos, jovens e velhos, virtuosos e pecadores.
Ao contexto de mortalidade causada pela peste negra, que se concentrou, exclusivamente, na França e na Itália.
Ao contexto de peste negra que, dentre os doentes, fazia sucumbir, sobretudo, as crianças, por não contarem com remédio ou alívio algum.
Para identificar o contexto histórico descrito pelo texto e pela imagem, devemos notar a forte ênfase na onipresença da morte no século XIV: a morte deixa de ser vista como algo apenas divino (com sentido religioso) e passa a ser percebida como uma força igualmente cruel a todos, independente de classe social ou condição clerical. Essa mudança está diretamente relacionada à peste negra (ou peste bubônica) que devastou diferentes populações no período, atingindo europeus de todas as classes e condições: camponeses, nobres, clérigos, mulheres e crianças.
A alternativa que expressa esse aspecto universal e avassalador é a letra C, pois salienta que a peste acometia todos, desde os poderosos até os mais humildes, sem distinções.
Peste Negra: Surtos de peste bubônica que assolaram a Europa entre meados do século XIV. Estima-se que cerca de um terço da população europeia foi dizimada. Essa tragédia mudou radicalmente a cultura, a religiosidade e a economia do período, fazendo com que a imagem da morte passasse a frequentar mais intensamente a arte e a literatura.