Até o século XVI, a descrição do corpo humano baseava-se nos textos do grego Hipócrates (séc. V-IV a.C.) e do romano Galeno (séc. II d.C.). O flamengo Andreas van Wesel, conhecido pelo nome latinizado de Andreas Vesalius, mudou essa visão com sua obra De humani corporis fabrica (“A fábrica do corpo humano”), publicada em 1543. Observe duas ilustrações desse livro.
O trabalho de Vesalius foi favorecido
pela filosofia iluminista, marco inicial da metodologia da prática dos médicos, e pelo fim das regras da Inquisição, que proibiam os estudos de anatomia.
pelo surgimento das igrejas protestantes, defensoras da dissecação de cadáveres, e pela formação dos Estados modernos, que se opunham à cultura clássica.
pela valorização do estudo dos textos antigos, fundamentais para o conhecimento teórico, e pelo mecenato da Igreja católica, que apoiava as práticas científicas.
pelas investigações feitas em animais e transferidas, por analogia, para o ser humano, e pelo clima de liberdade intelectual que caracterizava as universidades medievais.
pelos valores renascentistas, baseados no racionalismo e na experimentação, e pela invenção da imprensa, que facilitou a difusão das novas ideias e dos desenhos.