Até mesmo a asa-branca
Bateu asas do sertão,
Então, eu disse: “Adeus, Rosinha,
Guarda contigo meu coração.”
(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, “Asa-branca”)
Já faz três noites que pro norte relampeia,
A asa-branca ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas e voltou pro meu sertão,
Ai, ai, eu vou-me embora, vou cuidar da plantação.
(Luiz Gonzaga e Zé Dantas, “A volta da asa-branca”)
Analisando o emprego das preposições em “Bateu asas do sertão” e “Já bateu asas e voltou pro meu sertão”, bem como o título e o conteúdo das canções, pode-se concluir que
o narrador, na primeira canção, contraria a asa-branca, para, na segunda, voltar a concordar com o típico pássaro brasileiro.
nas duas canções, o narrador faz o mesmo movimento da asa-branca: na primeira, ele deixa o sertão; na segunda, ele retorna.
o narrador, na primeira canção, tem como destino o lugar onde está seu coração; na segunda, ele volta a encontrar Rosinha.
o narrador, que abandonou o sertão na primeira canção, resolve voltar para o interior na segunda, apesar de as plantações sofrerem com a seca.
o narrador, na primeira canção, compara asa-branca à Rosinha, enquanto, na segunda, prefere dar destaque à possibilidade de a chuva chegar.