Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo.
Não é só futebol: a origem da rivalidade entre Brasil e Argentina
Por Alexandre Carvalho
01 ____ Galvão Bueno compartilhou em suas redes sociais, nesta terça (22), um vídeo
02 comemorando, ___ gargalhadas, a derrota da seleção da Argentina em sua estreia na Copa do
03 Mundo do Qatar. E escreveu: “Ganhar é bom! Ganhar da Argentina é muito melhor!”.
04 ____ Bom, quem “ganhou” dos argentinos não foi a seleção brasileira, mas a da Arábia
05 Saudita. Uma zebra, como se diz no futebol. Os vencedores da partida, aliás, representam um
06 país governado por uma ditadura sanguinária, que recentemente ordenou o assassinato de um
07 jornalista do Washington Post, proíbe igrejas e sinagogas, persegue homossexuais e restrin...e
08 os direitos das mulheres. Mas, se foi contra a Argentina… “viva ___ Arábia Saudita!”.
09 ____ A atitude do narrador da TV Globo não causa espanto nem significa que apoie ditadores.
10 É parte de uma tradição de rivalidade entre Brasil e Argentina no futebol, como se fosse um
11 Palmeiras x Corinthians sul-americano.
12 ____ Mas essa animosidade não nasceu nos estádios. O historiador Boris Fausto, autor de
13 Brasil e Argentina: Um Ensaio de História Comparada (1850-2002), explica que a rivalidade
14 tem origem numa disputa geopolítica: “Começou no século 19, quando os dois países foram se
15 configurando como os dois mais importantes do Cone Sul, com pretensões à he...emonia, à
16 superioridade. E isso se cristalizou”.
17 ____ Essa ri...a foi tamanha que, no começo do século 20, os dois países chegaram a cortar
18 relações diplomáticas. A hostilidade que emergiu com força dois séculos atrás tem motivos
19 anteriores à nossa Independência – e é uma herança da disputa entre Portugal e Espanha pela
20 América do Sul. Uma medição de forças que teve seu grande momento na Guerra da Cisplatina
21 (1825–1828, aí já com o Brasil independente).
22 ____ A tal da região da Cisplatina é o lugar onde hoje fica o Uruguai. Era meio que uma terra
23 sem dono, então a Coroa Portuguesa, em 1680, autorizou a construção de um forte na margem
24 oriental do Rio da Prata, criando a Colônia de Sacramento. Mas os espanhóis nunca
25 concordaram com essa posse. Ao longo do século 18, diversos tratados foram feitos para tentar
26 um acordo sobre a região, mas sem chegar a uma definição.
27 ____ Quando D. João 6º transferiu a Corte portuguesa para cá, no começo do século 19,
28 fugindo das tropas de Napoleão, estava indignado com o fato de a Espanha ter permitido que
29 os franceses atravessassem as terras espanholas para invadir Portugal. Sua reação, então, foi
30 ordenar a invasão de Sacramento e tomar posse de vez do território, que passou a ser chamado
31 de Província da Cisplatina. Só faltou combinar com os moradores de lá, que não queriam muito
32 papo com portugueses ou brasileiros.
33 ____ Em 1825, o general Juan Antônio Lavalleja, da Cisplatina, liderou uma rebelião contra o
34 Brasil e a favor da anexação de seu território ____ Província Unida do Rio da Prata (atual
35 Argentina). Não passou batido ao governo brasileiro que os rebeldes locais contavam com apoio
36 material e financeiro dos pré-argentinos. Resultado: guerra.
37 ____ Nossas tropas tomaram uma surra na chamada Batalha de Ituzaingó, com a morte de
38 1.200 brasileiros. E a Coroa não tinha mais dinheiro para sustentar um conflito militar. O jeito
39 foi aceitar a derrota para doer menos. Mas os argentinos também não tomaram posse do
40 território. Quem ganhou foram os fundadores de um novo país.
41 ____ Imediatamente depois dessa batalha, o Brasil topou ceder definitivamente a Cisplatina,
42 que passou a ser chamada de República Oriental do Uruguai. Perdemos a guerra e ainda demos
43 origem a um futuro adversário mais do que incômodo no futebol (os uruguaios conquistaram a
44 primeira Copa do Mundo da história, em 1930, e a primeira realizada no nosso país, em 1950,
45 deixando-nos com o vice-campeonato e o gosto amargo do Maracanazzo).
46 ____ Mas a raiva permaneceu contra os argentinos mesmo assim. E vice-versa.
(Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/nao-e-so-futebol-conheca-a-origem-da-rivalidade-entre-brasil-e-argentina/ – texto adaptado especialmente para esta prova).
Assinale a alternativa que indica o número do termo sublinhado, inserido imediatamente depois dele, que NÃO tem a função sintática de adjunto adnominal no trecho a seguir: “Os (1) vencedores da partida (2), aliás, representam um (3) país governado por uma ditadura sanguinária (4), que recentemente ordenou o assassinato de um jornalista do Washington Post (5)”.
1.
2.
3.
4.
5.