Asa branca
Quando oiei a terra ardendo
Quá fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, uai
Por que tamanha judiação
Que braseiro, que fornaia
Nem um pé de prantação
Pru farta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim vortar pro meu sertão
Quando o verde dos teus oios
Se espalhar na prantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Qui eu vortarei, viu
Meu coração
GONZAGA, L.; TEIXEIRA, H. Asa branca toada. São Paulo: RCA Victor, 1947.
Qual aspecto da identidade nordestina mais se destaca nessa canção gravada por Luiz Gonzaga”?
A musicalidade, lembrada pelo ritmo sanfonado.
A festividade, indicada pela lembrança da festa junina.
A religiosidade, marcada pela busca da proteção divina.
A oralidade, representada pela transcrição da fala sertaneja.