FUVEST 1996

As massas continentais que conhecemos não são fixas, mas se separam, se chocam, abrem fendas e levantam montanhas. Com base na teoria da Deriva dos Continentes, aperfeiçoada pela teoria da Tectônica de Placas, é possível admitir que
a
o material magmático que sobe para a crosta terrestre vem impedindo que o “Chifre da África” se separe do restante do continente africano.
b
Os continentes, massas flutuantes sobre um mar de magma, tendem a se agrupar em um único megabloco, denominado Pangeia.
c
o "anel de fogo" do Pacífico sofrerá os efeitos do terremoto Big One, exceto a Califórnia situada na borda da placa Norte-Americana, onde a energia acumulada é menor.
d
a África e a América do Sul estão se distanciando, com o alargamento do Oceano Atlântico e o deslocamento da placa Sul-Americana em direção à de Nazca.
e
o surgimento dos Apalaches e das fossas do Pacifico resultou do choque entre as placas Americana e Asiática no período terciário da era atual.
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Resposta
D

Resolução

Análise e Resolução da Questão:

A questão aborda a teoria da Deriva dos Continentes e a Tectônica de Placas, pedindo para identificar a afirmação correta baseada nesses conceitos. Vamos analisar cada alternativa:

A) o material magmático que sobe para a crosta terrestre vem impedindo que o “Chifre da África” se separe do restante do continente africano.

Esta afirmação é incorreta. O "Chifre da África" está localizado em uma região conhecida como Vale do Rift da África Oriental. Nesta área, o continente africano está se dividindo (processo de rifteamento). A subida de material magmático está associada à separação das placas e à formação de nova crosta, e não à sua união ou impedimento da separação. Este processo pode, a longo prazo, levar à formação de um novo oceano.

B) Os continentes, massas flutuantes sobre um mar de magma, tendem a se agrupar em um único megabloco, denominado Pangeia.

Esta afirmação é incorreta. Pangeia foi um supercontinente que existiu no passado (do Permiano ao Jurássico) e que se fragmentou. Embora existam ciclos de formação e fragmentação de supercontinentes (Ciclo de Wilson), não há uma tendência atual de todos os continentes se agruparem novamente em uma nova Pangeia em curto ou médio prazo geológico. Além disso, a descrição de continentes como "massas flutuantes sobre um mar de magma" é uma simplificação excessiva. As placas litosféricas (que incluem os continentes e parte do manto superior) movem-se sobre a astenosfera, uma camada mais dúctil e parcialmente fundida do manto, mas não um "mar de magma" líquido.

C) o "anel de fogo" do Pacífico sofrerá os efeitos do terremoto Big One, exceto a Califórnia situada na borda da placa Norte-Americana, onde a energia acumulada é menor.

Esta afirmação é incorreta. O "Anel de Fogo" do Pacífico é uma vasta área de intensa atividade sísmica e vulcânica. O "Big One" refere-se a um terremoto de grande magnitude esperado justamente na Califórnia, ao longo da Falha de San Andreas, que é uma interface entre a Placa do Pacífico e a Placa Norte-Americana. A Califórnia está, portanto, diretamente implicada e não excluída. A alegação de que a energia acumulada lá é menor e que isso a excluiria é falsa; a região é conhecida pelo alto potencial sísmico.

D) a África e a América do Sul estão se distanciando, com o alargamento do Oceano Atlântico e o deslocamento da placa Sul-Americana em direção à de Nazca.

Esta afirmação é correta. A separação entre a África e a América do Sul é um dos exemplos clássicos da tectônica de placas. Ela ocorre devido à expansão do assoalho oceânico na Dorsal Mesoatlântica, uma cadeia de montanhas submarinas onde nova crosta oceânica é continuamente formada, empurrando os continentes para lados opostos e alargando o Oceano Atlântico. Concomitantemente, a Placa Sul-Americana move-se para oeste, colidindo com a Placa de Nazca. Essa colisão resulta na subducção da Placa de Nazca (mais densa) sob a Placa Sul-Americana, um processo responsável pela formação da Cordilheira dos Andes e pela intensa atividade sísmica e vulcânica na costa oeste da América do Sul.

E) o surgimento dos Apalaches e das fossas do Pacifico resultou do choque entre as placas Americana e Asiática no período terciário da era atual.

Esta afirmação é incorreta. Os Montes Apalaches, na América do Norte, são uma cadeia montanhosa antiga, formada principalmente durante a Era Paleozoica (muito antes do período Terciário, que pertence à Era Cenozoica), como resultado de colisões continentais que levaram à formação do supercontinente Pangeia. As fossas do Pacífico são formadas por processos de subducção, mas a formação dos Apalaches não está relacionada a um choque entre placas Americana e Asiática no Terciário. O choque entre a placa Indiana e a Asiática no Cenozoico formou o Himalaia, por exemplo, mas não os Apalaches.

Conclusão:

A única afirmação consistente com a teoria da Deriva dos Continentes e da Tectônica de Placas é a da alternativa D.

Dicas

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Lembre-se de como o Oceano Atlântico se formou e continua a se expandir.
Considere os diferentes tipos de limites de placas (divergente, convergente, transformante) e o que acontece em cada um deles.
Recorde-se do supercontinente Pangeia: ele existiu no passado ou é uma formação futura?

Erros Comuns

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Confundir o processo de rifteamento (separação) com algo que impede a separação, como na alternativa A sobre o Chifre da África.
Acreditar que Pangeia é um evento futuro ou que os continentes estão atualmente se reagrupando em um único bloco, ou ter uma compreensão simplista do mecanismo de movimento das placas (alternativa B).
Interpretar mal a localização e os riscos sísmicos da Califórnia dentro do contexto do Anel de Fogo (alternativa C).
Desconhecer a idade e o processo de formação dos Montes Apalaches, atribuindo-os a eventos tectônicos mais recentes ou a interações de placas incorretas (alternativa E).
Não relacionar o afastamento da África e América do Sul com a expansão do Atlântico e a formação dos Andes com a subducção da placa de Nazca.
Revisão

Revisão de Conceitos

Deriva dos Continentes: Proposta por Alfred Wegener no início do século XX, esta teoria sugere que os continentes não são fixos e que já estiveram unidos em um supercontinente chamado Pangeia, que posteriormente se fragmentou e cujas partes se moveram para suas posições atuais. Evidências incluem o encaixe dos continentes, fósseis semelhantes em continentes separados, tipos de rochas e estruturas geológicas contínuas, e evidências paleoclimáticas.

Tectônica de Placas: É a teoria moderna que explica os movimentos da crosta terrestre. A litosfera (camada mais externa e rígida da Terra, compreendendo a crosta e a parte superior do manto) está dividida em várias placas tectônicas que "flutuam" e se movem sobre a astenosfera (camada mais plástica do manto). O movimento das placas é impulsionado principalmente por correntes de convecção no manto.

Existem três tipos principais de limites entre placas:

  • Limites Divergentes: Placas se afastam, permitindo a ascensão de magma e a formação de nova crosta (ex: Dorsal Mesoatlântica, Vale do Rift Africano).
  • Limites Convergentes: Placas colidem. Pode ocorrer subducção (uma placa mergulha sob a outra, formando fossas oceânicas, arcos vulcânicos e cadeias de montanhas como os Andes) ou obducção/colisão continental (formando grandes cadeias de montanhas como o Himalaia).
  • Limites Transformantes: Placas deslizam horizontalmente uma em relação à outra (ex: Falha de San Andreas).
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