"As leishmanioses são antropozoonoses consideradas um grande problema de saúde pública e representam um complexo de doenças com importante espectro clínico e diversidade epidemiológica. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco, com registro aproximado de dois milhões de novos casos das diferentes formas clínicas ao ano... No Brasil, a leishmaniose tegumentar (LT), no período de 1995 a 2014, apresentou uma média anual de 25.763 casos novos, apresentando grande diversidade de agentes, de reservatórios e de vetores que apresenta diferentes padrões de transmissão e um conhecimento ainda limitado sobre alguns aspectos, o que a torna de difícil controle. Já a leishmaniose visceral (LV) vem sendo descrita em vários municípios, de todas as regiões do Brasil, exceto na Região Sul. A doença tem apresentado mudanças importantes no padrão de transmissão, inicialmente predominado pelas características de ambientes rurais e periurbanas e, mais recentemente, em centros urbanos."
Adaptado de: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_controle_leishmaniose_visceral_1edicao.pdf e http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_leishmaniose_tegumentar.pdf
Com base no texto e considerando as características da doença e as medidas necessárias para controle da leishmaniose, analise as assertivas e marque a correta:
Adotar medidas de proteção contra as picadas do mosquito para pessoas de maior contato com áreas de floresta próxima da cidade e controlar a população de cães e gatos domésticos, que podem atuar como hospedeiros intermediários do parasito, impede a transmissão e proliferação da doença.
Controlar o desmatamento em áreas naturais próximas de áreas urbanas e sensibilizar a população sobre os hábitos do barbeiro transmissor da doença, não impedem a contaminação, pois o Leishmania, tem preferência por áreas exclusivamente urbanas.
Implementar sistema de coleta de lixo e tratamento de esgoto nas áreas de alta incidência dos casos não impediria a transmissão por Leishmania, pois é uma infecção que exige a participação do cão ou de outros vertebrados, além das fêmeas do flebotomíneo Lutyzomya sp.
O controle dos cães contaminados é a única medida profilática eficaz pois, desde que a Leishmania urbanizou-se e se espalhou por quase todo o território nacional, o mosquito-palha utiliza apenas o sangue de cães como fonte de alimentos, levando-os à contaminação.
Os dois tipos de leishmanioses se desenvolvem tanto no homem quanto no cão, sendo a LT a forma mais grave nestes animais, pois pode evoluir para LV tornando um potencial reservatório para essas espécies. Assim, o extermínio dos cães passou a ser a forma mais segura de evitar novas contaminações.