As fraturas zigomático orbitais podem envolver a porção lateral e inferior da margem orbital, produzindo aumento do volume da órbita e apresentar variáveis níveis de gravidade. De aspecto quadrangular, articula-se com os ossos frontal, maxilar, temporal, e com a asa maior do esfenoide, compondo o complexo zigomático-maxilar. Notando-se a importância anatômica desta estrutura, torna-se essencial o conhecimento desde a etiologia as formas de abordagem terapêuticas. Dentro desta temática, assinale a alternativa CORRETA.
Para auxiliar no planejamento do tratamento a ser instituído nas fraturas faciais e o prognóstico, na literatura científica da área de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, podem ser encontradas algumas classificações. Assim, em 1961, Knight e North classificaram as fraturas do complexo zigomático em seis grupos, onde no Grupo V – Fraturas do corpo com rotação lateral – a fratura pode se apresentar acima da margem infraorbital ou para fora da sutura zigomático-frontal.
Focado na abordagem cirúrgica Jackson, em 1989, publicou uma classificação simplificada das fraturas zigomáticas relacionando o tipo de deslocamento e tratamento. Assim a do tipo II caracteriza-se por fratura segmentada no rebordo infraorbitário que requer exposição, redução e fixação interna rígida (FIR).
Em uma abordagem do paciente com trauma de face, é imperativa uma anamnese e um exame clínico perfeito apesar da apresentação clínica, dor e principalmente o nível de consciência poderem influenciar. Apesar de o exame clínico não tornar possível a avaliação da órbita interna, sinais como enoftalmo – que resulta de uma discrepância entre o conteúdo orbitário e o volume ósseo da órbita; e o deslocamento vertical do globo ocular os quais indicam sério dano na órbita interna, são quadros que não podem passar desapercebidos na avaliação inicial.
Para o tratamento das fraturas incluídas dentro do complexo zigomático orbital, a técnica de Gilies para fratura do arco zigomático consiste em um acesso por via intrabucal pelo sulco gengivogeniano na região do pilar zigomático do lado fraturado, onde existe a mobilização lateral do arco fraturado e consequente redução. Já a técnica de Keen se dá pela via temporal onde o instrumento é inserido em sentido superior, entre a fáscia e o músculo temporal, até atingir a face proximal do arco zigomático, permitindo a redução da fratura.
Quando a opção é um tratamento cruento, o tipo de acesso deve ser baseado no tipo de fratura e nos pontos a serem abordados para a fixação. O acesso subtarsal permite a exposição da região ínfero-lateral da órbita, e a incisão é localizada 1mm abaixo da margem ciliar, tendo como possíveis complicações o ectrópio e exposição da esclera; no acesso subciliar a incisão está 4 a 6 mm abaixo da margem ciliar, podendo apresentar como complicação o ectrópio, eversão do cílio, necrose da pele, hematoma e exposição da esclera.