As especiarias desempenharam um papel especial na vida econômica, política e culinária da Europa. Os europeus eram carnívoros de preferência, mas a oferta de carne era sazonal. A escassez de forragem no inverno obrigava a matar muito gado no outono. A carne se deteriorava logo, mesmo quando preservada com sal; os temperos ajudavam a torná-la mais palatável. Além disso, muitas especiarias tinham fama de serem medicinais, sendo que algumas inspiravam uma reverência quase mística. (...) Em meados do século XV, a Europa tinha uma população crescente e um mercado em expansão para muitas mercadorias, inclusive uma demanda quase insaciável de especiarias por parte de quem tinha condições de pagar por elas.
(...) A pimenta comprada por menos de três ducados na Índia, custava 68 no Cairo e cerca do dobro disso em Veneza – um aumento de quase cinquenta vezes.
(História em Revista. Viagens de descobrimento, 1996.)
A busca de acesso à fonte das especiarias foi um dos fatores que motivou a expansão marítima europeia. Essa busca era motivada pela
urgência em se conseguir produtos medicinais que atendessem às necessidades de uma população às voltas com epidemias recorrentes.
necessidade de realocar a crescente população do continente, de preferência cultivando produtos que pudessem ser absorvidos pelo mercado europeu.
visão mística dos intelectuais europeus do século XV, influenciados pelos alquimistas árabes, em busca de substâncias com propriedades raras.
necessidade de se conseguir substâncias que auxiliassem na conservação dos alimentos, aumentando a oferta de comida, principalmente para os mais pobres.
possibilidade de grandes lucros não só para o mercador que conseguisse adquiri-las diretamente do produtor, mas também para a instituição que o financiasse.