Aquarela do Brasil
Brasil, meu Brasil brasileiro
Meu mulato inzoneiro
Vou cantar-te nos meus versos
O Brasil, samba que dá
Bamboleio que faz gingar
O Brasil do meu amor
Terra de Nosso Senhor
[...]
Ah! Abre a cortina do passado
Tira a mãe preta do cerrado
Bota o rei congo no congado
Brasil, pra mim
Deixa cantar de novo o trovador
A merencória luz da lua
Toda canção do meu amor
Quero ver essa dona caminhando
Pelos salões arrastando
O seu vestido rendado
[...]
Brasil, terra boa e gostosa
Da morena sestrosa
De olhar indiscreto
[...]
Oh, esse coqueiro que dá coco
Onde eu amarro a minha rede
Nas noites claras de luar
Brasil pra mim
Ah! Ouve estas fontes murmurantes
Aonde eu mato a minha sede
E onde a lua vem brincar
Ah! Esse Brasil lindo e trigueiro
É o meu Brasil brasileiro
Terra de samba e pandeiro
(www.google.com)
O samba “Aquarela do Brasil”, composto por Ary Barroso, foi gravado pela primeira vez em 1939.
Comparando o conteúdo da sua letra com o momento da história do Brasil em que foi divulgado, pode-se afirmar que a música
mostra a indolência malandra do povo brasileiro, usufruindo das leis governamentais de proteção social.
enaltece as grandezas de um país socialmente harmonioso, ajustando-se à perspectiva do nacionalismo de Estado.
constata a ruptura da sociedade brasileira com o seu passado colonial, enaltecendo o desenvolvimento da economia nacional.
defende os valores democráticos intrínsecos à cultura brasileira, reconhecendo a liberdade política existente no país.
faz um retrato crítico da sociedade brasileira, denunciando a miséria social de grande parte da população nacional.