Antonio Raposo Tavares faz parte do rol dos grandes bandeirantes e, pela visão dos colonos, foi um verdadeiro herói, responsável pelo alargamento das fronteiras, pelo controle e domínio das matas, por comandar lutas contra os espanhóis, por participar da campanha contra os holandeses.
Sob o ponto de vista indígena, dos jesuítas e de centenas de milhares de famílias, certamente está na galeria dos assassinos e dos grandes invasores, capaz de matar, saquear vilas, incendiar igrejas, separar pessoas queridas, que por ele eram tratadas como mercadorias, sendo aprisionadas e maltratadas. Afinal, sua atividade era exclusivamente de apresamento de índios para negociar como escravos.
Raposo Tavares viu nesse empreendimento a chance de sobreviver e de enriquecer diante das circunstâncias impostas pela colônia. Ele aproveitou a presença holandesa no nordeste, que controlava o tráfico negreiro, para vender a mão de obra indígena aos engenhos dos colonos portugueses da região.(Fábio Pestana Ramos e Marcus Vinícius de Morais. Eles formaram o Brasil)
A partir da leitura do texto é correto assinalar:
o texto apresenta uma visão unidimensional da figura do bandeirante Raposo Tavares, revelando sua heroica contribuição para a formação das fronteiras brasileiras;
o texto fornece uma visão fundamentalmente crítica da ação do bandeirante Raposo Tavares, não apontando qualquer enfoque elogioso de sua atuação;
o texto apresenta uma abordagem multifacetada da figura do bandeirante Raposo Tavares, revelando-o sob diferentes olhares;
Raposo Tavares foi um caso único entre os bandeirantes, pois não houve qualquer outro desbravador daquele tempo que tenha se dedicado ao apresamento de indígenas;
O texto refuta qualquer relação entre a presença holandesa no nordeste e a atividade de apresamento de indígenas e sua utilização em engenhos de cana-de-açúcar.