Antigamente se dizia que os lisossomos faziam a digestão celular por um processo chamado autólise e que ela era consequência do rompimento das membranas lisossomais, difusão das suas enzimas digestivas para o citoplasma e posterior digestão das organelas celulares.
Hoje sabemos que este mecanismo de digestão é a exceção e não a regra, porque
é impossível as membranas dos lisossomos se romperem.
antes de romperem, os lisossomos fazem a sua própria autofagia.
o pH por volta de 7,2 do citoplasma inativa as enzimas lisossomais.
as enzimas lisossomais não se difundem quando ocorre o rompimento de membranas.
as bombas de prótons das membranas lisossomais são ativadas quando ocorre o rompimento.
Os lisossomos constituem compartimentos intracelulares repletos de enzimas hidrolíticas (proteases, nucleases, lipases, etc.) capazes de degradar praticamente todos os tipos de macromoléculas. Essas enzimas, porém, só exibem atividade ótima em meio bastante ácido (pH ≈ 4,5–5,0), mantido pelas bombas de prótons (ATPases) presentes na membrana lisossomal.
Quando, por algum motivo, ocorre ruptura da membrana do lisossomo, essas enzimas se espalham pelo citoplasma. Contudo, o citosol apresenta pH ≈ 7,2 (neutro-ligeiramente alcalino). Nesse valor de pH a conformação das hidrolases é alterada, levando-as à inativação. Assim, mesmo que o rompimento aconteça, não há degradação significativa das estruturas celulares.
Portanto, o mecanismo de digestão celular por simples rompimento lisossomal (autólise) é exceção, porque:
C) o pH por volta de 7,2 do citoplasma inativa as enzimas lisossomais.