Analise:
Só a antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. (...) Tupi or not tupi, that is the question. (...) Contra todos os importadores de consciência enlatada.
(...)
Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud – a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituições e sem penitenciárias do matriarcado de Pindorama.
(Manifesto Antropófago, 1928, Oswald de Andrade)
Levando em conta os trechos acima e o Movimento Antropofágico, só NÃO está correto afirmar que:
A 1a frase é irônica e de duplo sentido: a união surge do compartilhamento de idéias e, ao mesmo tempo, da deglutição do outro, essência do Movimento Antropofágico.
O texto propõe, no plano imaginário, plagiar a postura dos indígenas, quando praticavam o canibalismo de forma ritual, para absorver o poder dos inimigos.
Os artistas e intelectuais deveriam canibalizar a forte influência estrangeira e, no processo de digestão, agregar a identidade e a cultura brasileiras, criando uma arte, ao mesmo tempo, nacional e universal.
O tupi faz um trocadilho com a clássica frase de Hamlet, deixando no ar uma irônica dúvida existencial sobre as raízes e a identidade brasileiras.
Há uma ridicularização e destruição de tudo que possa ser identificado com conservadorismo ou com apego às tradições.