Somos nossas escolhas
Por Bruna Lombardi
01 Uma das coisas que mais nos intimidam e controlam nosso comportamento é a ideia de
02 estarmos sendo julgados. Mas vamos pensar juntos: o que é exatamente que se teme no
03 suposto julgamento dos outros?
04 Aquilo que achamos que os outros pensam da gente, mas não temos certeza. Até porque
05 pode ser que nem estejam pensando em nós, tão ocupados que estão pensando em si
06 mesmos. Ficamos intimidados e preocupados com o julgamento dos outros... e esses outros
07 talvez sejamos nós mesmos.
08 Olha só que círculo vicioso complicado. Para sair dele, só quebrando as amarras sociais
09 que nos prendem. Ninguém pode passar pela vida sendo prisioneiro dos outros, das
10 convenções, das formalidades inúteis. Das barreiras que nós mesmos criamos, escudos e
11 máscaras que usamos acreditando que nos protegem, mas que na verdade impossibilitam
12 relações mais próximas e verdadeiras.
13 O medo nos torna presas fáceis para todas as armadilhas que controlam nosso
14 comportamento, nossas emoções, nossa vida. Passamos a viver em função dos outros.
15 Não julgar e nem temer ser julgado é o caminho da liberdade. O portal que leva ao
16 autoconhecimento e traz qualidade para as nossas relações.
17 Quando falamos em não julgar os outros e nem a nós mesmos, temos que entender a
18 diferença entre julgar e ter senso crítico. Aparentemente, são coisas parecidas, mas o
19 resultado é diferente. Quando perdemos o senso crítico, podemos nos embrenhar por
20 caminhos perigosos.
21 É o critério que ajuda a fazer escolhas. Desde o que vestir, comer, dizer, até com quem
22 queremos nos relacionar. O senso crítico não serve para criticar, mas para discernir,
23 compreender, sentir. Serve para fazer uma análise e ajuda nossas escolhas. O senso crítico
24 aliado ao instinto e à intuição é a nossa verdadeira proteção, pois afia nosso olhar observador
25 e desenvolve nossa capacidade de percepção.
26 Conseguimos selecionar informações. Somos criteriosos com aquilo que queremos.
27 Sentimos a energia de quem se aproxima de nós. Aprendemos a nos afastar daqueles que nos
28 podem causar danos. Vamos saber separar o que nos faz bem do que nos traz sofrimento,
29 problemas e perrengues.
30 Adquirimos segurança evitando absorver sem critério tudo que vem da mídia, dos outros,
31 das tendências dessa era em que vivemos. Precisamos ser críticos na nossa jornada. Somos
32 os responsáveis pelo que transmitimos e cada ação nos traduz. A verdade traz coerência no
33 que pensamos, dizemos e fazemos.
34 Quando somos verdadeiros, estamos prontos para enfrentar qualquer lugar, situação e
35 gente. Nada nos intimida, amedronta ou diminui. Não precisamos exagerar, nem mentir, nem
36 esconder. Somos o que somos.
37 Somos frutos dos nossos pais, da nossa história, da nossa cultura, de nosso país.
38 Carregamos o que aprendemos. Somos o resultado das nossas escolhas.
(Disponível em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/bruna-lombardi/noticia/2023/08/somos-nossas-escolhas-cllfh27bx005v016br6rxfd6i.html – texto adaptado especialmente para esta prova).
Analise o trecho a seguir: “Das barreiras que nós mesmos criamos, escudos e máscaras que usamos acreditando que nos protegem, mas que na verdade impossibilitam relações mais próximas e verdadeiras”. Caso substituíssemos o pronome “nós” por “tu” no trecho apresentado, quantas outras alterações deveriam ser obrigatoriamente realizadas?
1.
2.
3.
4.
5.