Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. Assim como os sofistas, Sócrates dizia que a verdade existe e podemos conhecê-la. Eis porque suas preleções eram aulas onde essa verdade era ensinada. Tais preleções eram solilóquios, isto é, apenas Sócrates falava enquanto os outros o escutavam.
II. Tanto para Sócrates quanto para os sofistas, o conhecimento não é um estado (o estado da sabedoria), mas um processo, uma busca, uma procura da verdade. Isso não significa que a verdade não exista, e sim que deve ser procurada e que sempre será maior do que nós.
III. Como os sofistas, Sócrates se interessa pela virtude. Todavia, os sofistas, mantendo-se no plano dos costumes estabelecidos, falavam da virtude no plural, isto é, falavam de virtudes (coragem, temperança, amizade, justiça, piedade, prudência), mas Sócrates fala no singular: a virtude.
IV. Diferentemente dos sofistas, Sócrates mantém a separação entre aparência e realidade, entre percepção sensorial e pensamento. Por isso, sua busca visa alcançar algo muito preciso: passar da multiplicidade das aparências opostas, da multiplicidade das percepções divergentes, à unidade da ideia (que é a definição universal e necessária da coisa procurada).
Apenas I e III.
Apenas II e III.
Apenas IV.
Apenas III e IV.
Apenas II, III e IV.
Nesta questão, precisamos avaliar cada uma das quatro assertivas que comparam a postura de Sócrates com a dos sofistas. O ponto-chave é reconhecer que, ao contrário do que diz a primeira afirmação, Sócrates não ministrava monólogos (solilóquios), e sim diálogos, e ele não compartilhava da ideia sofística de relativizar a verdade. Já nas proposições relativas à virtude e à separação entre aparência e realidade, percebe-se a coerência com a filosofia socrática. A análise cuidadosa aponta a correção das afirmativas III e IV, correspondendo à alternativa D.
Logo, a resposta correta é: D) Apenas III e IV.
Sócrates foi um filósofo que se contrapôs aos sofistas, notadamente por defender a existência de uma verdade objetiva, que deve ser buscada pelo diálogo (método dialético). Já os sofistas enfatizavam a persuasão e defendiam a relatividade da verdade, ou seja, o valor do discurso e da retórica sobre uma verdade absoluta. Além disso, Sócrates distinguia aparência e realidade, sugerindo uma essência que pode ser encontrada por trás das múltiplas opiniões.