Analise a charge a seguir.
Considerando que “a expressão do grau não é um processo flexional em português, porque não é um processo obrigatório e coerente, e não estabelece paradigmas exaustivos e de termos exclusivos entre si” (CÂMARA JR., 1979, p. 83), ao contrário da flexão de número e de gênero, assinale a alternativa correta.
A noção gramatical de gênero, atribuída a todos os nomes em português, nunca se altera, independentemente do grau: casa > casinha > casarão, sala > salinha > salão, mulher > mulherzinha > mulherão.
A expressão “concordo em número, gênero e grau” é incoerente, pois o “grau” não exige concordância: por exemplo, rapaz queridinho (ou rapazinho querido).
Todos os substantivos e adjetivos se flexionam em número e gênero, sendo o plural marcado pela desinência [-s] e o feminino pela desinência [-a].
A concordância de grau é possível em certas expressões idiomáticas, como “Ela é linda de morrer” (Ela é lindíssima).
Para resolver a questão, observe a charge: o médico diz “concordo em número, gênero e grau” enquanto verifica o pulso (grau de flexão) do paciente. Há um trocadilho, pois “grau” aqui não é flexão gramatical, mas o ângulo formado pelo braço.
Com base em CÂMARA JR. (1979), sabemos que:
Logo, a expressão “concordo em número, gênero e grau” é incoerente do ponto de vista gramatical, pois grau não é flexão. Apenas a alternativa B afirma corretamente que grau não exige concordância.
Resposta: B.
Conceitos essenciais: