Amor
Quand la mort est si belle, Il est doux de mourir. V. Hugo
1. Amemos! Quero de amor
2. Viver no teu coração!
3. Sofrer e amar essa dor
4. Que desmaia de paixão!
5. Na tu\'alma, em teus encantos
6. E na tua palidez
7. E nos teus ardentes prantos
8. Suspirar de languidez!
9. Quero em teus lábios beber
10. Os teus amores do céu,
11. Quero em teu seio morrer
12. No enlevo do seio teu!
13. Quero viver d\'esperança,
14. Quero tremer e sentir!
15. Na tua cheirosa trança
16. Quero sonhar e dormir!
17. Vem, anjo, minha donzela,
18. Minha\'alma, meu coração!
19. Que noite, que noite bela!
20. Como é doce a viração!
21. E entre os suspiros do vento
22. Da noite ao mole frescor,
23. Quero viver um momento,
24. Morrer contigo de amor!
AZEVEDO, Álvares de. Disponível em: http://www.revista.agulha.nom.br/avz.html#amor. Consultado em junho de 2014
Sobre o texto 9, analise as afirmativas a seguir:
I. O eu lírico, nos versos do poema, expressa seus sentimentos de forma polida, cuidadosa, ponderada e sem quaisquer extremismos, razão pela qual a poesia de Álvares de Azevedo não pode ser entendida como exemplo claro de um texto dito romântico.
II. Há, no poema em análise, versos que apontam a necessidade de o eu lírico amar profundamente. Esse amor é tomado por uma subjetividade também profunda, afastando-se, quase por completo, das raias da racionalidade.
III. Os versos “Morrer contigo de amor” (24) e “Sofrer e amar essa dor” (3) explicitam a intensidade que o eu lírico pretende dar vida a essa relação. Temas como amor e morte são recorrentes nos textos de Álvares de Azevedo, exímio representante da poesia romântica.
IV. Não apenas no texto em análise mas também nos textos de Álvares de Azevedo, de modo geral, há uma exacerbação da objetividade dos sentimentos, espécie de refutação ao que é demasiadamente onírico e evasivo, taciturno e escapista.
V. O verso “Que noite, que noite bela!” remete o leitor a perceber que o amor do eu lírico será vivenciado na sua forma mais completa e qualitativa sob a regência da Lua. Nos poemas de Álvares de Azevedo, a noite é o tempo privilegiado para o amor.
Está CORRETO, apenas, o que se afirma em
I, II e III.
I, III e IV.
II, III e V.
II, IV e V.
III, IV e V.