Alfredo Bosi, em sua História concisa da literatura brasileira, diz a respeito de Inocência, de Visconde de Taunay:
“Por temperamento e cultura, o Visconde de Taunay tinha condições para dar ao regionalismo romântico a sua versão mais sóbria. Homem de pouca fantasia, muito senso de observação, formado no hábito de pesar com a inteligência as suas relações com a paisagem e o meio (era engenheiro, militar e pintor), Taunay foi capaz de enquadrar a história de Inocência (1872) em um cenário e em um conjunto de costumes sertanejos onde tudo é verossímil. Sem que o cuidado de o ser turve a atmosfera agreste e idílica que até hoje dá um renovado encanto à leitura da obra".
(BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 2003, p. 144 -145).
Com base no trecho acima, é possível dizer que:
Visconde de Taunay, com Inocência, é o introdutor do realismo no Brasil.
O romantismo de Visconde de Taunay é, de certa forma, um “realismo mitigado”.
Por sua pouca fantasia, Inocência não pode ser classificada como obra do romantismo.
O senso de observação de Visconde de Taunay em Inocência o leva às portas do naturalismo.
A fantasia, aliada ao senso de observação, tornam esta obra o melhor representante do regionalismo ultrarromântico.